São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 1995 |
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Comissão apura boicote a professora negra
RONI LIMA
A professora Marcia Cristina Xavier de Souza, 33, foi ouvida ontem pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembléia, que apura os crimes de racismo. Marcia foi surpreendida ao voltar das férias, em agosto. Suas duas turmas do 3º ano de direito processual civil, que tinham juntas cerca de 150 alunos, estavam vazias. No semestre passado, ela havia dado nota baixa para muitos alunos. A direção da faculdade apoiou a professora, mantendo-a no cargo. A estudante Anna Paula Távara, 21, que não é aluna de Marcia, disse ter contatado uma estudante que afirmou ter ouvido alunos gritando "fora crioula" e "vamos amarrar ela num tronco e dar 50 chibatadas". Uma comissão de alunos que defende a professora foi formada para tentar descobrir os autores das manifestações contra Marcia. Em seu depoimento à comissão da Assembléia, presidida pelo deputado Marcelo Dias (PT), que também é negro, a professora afirmou que soube das manifestações racistas por meio da direção da faculdade. Com a repercussão do caso e o convite para que Marcia falasse na Assembléia Legislativa, os alunos voltaram para a sala de aula, há duas semanas. O deputado Dias disse que agora convocará a direção e alunos da Candido Mendes pera depor na Comissão de Direitos Humanos. Texto Anterior: Associações aprovam medida Próximo Texto: 'Manifestação foi de 3 ou 4' Índice |
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