São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 1995
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Clichês do país invadem capital francesa

MARIA LÚCIA HOMEM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Brasil pode se ver representado em Paris de várias formas. As mais características são as que se apóiam em imagens-clichê do país, como o Carnaval, o samba, a capoeira, as mulatas.
Hoje, o Carnaval brasileiro faz escola e os shows de mulatas dançantes multiplicam-se em Paris.
A força desses grupos é tal que a propaganda de uma dessas casas de espetáculo chegou a ser contracapa da "Pariscope", publicação semanal que indica toda a programação cultural de Paris.
Escolas de capoeira ou lambada também passaram a ser frequentes e os mestres capoeiristas brasileiros já juntam vários discípulos franceses.
Há apresentações nas ruas da cidade, com a intenção de "ganhar uns trocados", como é comum acontecer nos fins-de-semana na região próxima ao Les Halles.
Antigo mercado transformado em centro comercial e área de lazer, Les Halles é o centro de apresentações desse gênero.
O que ultimamente vem sendo de praxe é a organização de "soirées brésiliennes", reuniões em casas noturnas onde há shows de grupos brasileiros e são servidos pratos e bebidas típicas.
Além da clássica feijoada, podem-se até encontrar, com alguma sorte, guaraná e pão de queijo.
Os pontos de encontro de brasileiros são também pólo de atração para os franceses, sempre tão abertos à cultura e às "famosas" mulheres brasileiras, misto de sambista e garota de Ipanema no imaginário francês.
Tal imagem da brasileira é reforçada na zona de cabarés e comércio de sexo, Pigalle. Situada nos arredores do Moulin Rouge, essa região comporta inúmeros cafés e teatros, que disputam os clientes com seus sex shops, peep shows, stripteases e por aí afora.
"Mulher brasileira é lucro na certa, afinal, é a melhor mulher do mundo", diz o gerente do Sexdrome, uma casa instalada na região.
Segundo ele, as prostitutas brasileiras podem ganhar de 10 a 30 mil francos (de US$ 2.000 a US$ 6.000), equivalente a um ótimo emprego, ainda mais quando a palavra desemprego reina absoluta.

LEIA MAIS
Sobre brasileiros em Paris na pág. 6-12

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