São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995 |
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Igreja diz que projeto 'não tem cabimento'
VICTOR AGOSTINHO
Segundo o monsenhor Arnaldo Beltrami, assessor de imprensa do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, a união de pessoas do mesmo sexo, no sentido matrimonial, "não tem cabimento". "A igreja é contra. Esse tipo de união, além do amor, tem que ter como objetivo a procriação. E não vejo como pessoas do mesmo sexo possam procriar", disse Beltrami. O religioso argumenta que a igreja considera que a união entre homossexuais "é anormal". Beltrami reconhece que já existem casais homossexuais vivendo juntos, mas afirma que "não é pelo fato de as pessoas estarem roubando que o roubo deve ser legalizado. Existem muitos sequestros e nem por isso vamos legalizar os sequestros". Para o monsenhor, "a união de pessoas do mesmo sexo é contra a natureza". "É o mesmo que ir contra a lei da gravidade." O Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção a Aids) recebeu de outra forma a notícia de que a deputada petista havia apresentado o projeto na Câmara Federal. Veloso acredita que muitos casais do mesmo sexo que hoje já vivem juntos "devem procurar legalizar seu casamento". "Até agora não recebemos da deputada o documento, mas, pelo que soubemos, vai ter pontos importantes. Existe um movimento muito forte de pessoas querendo a legalização de seu casamento", disse Veloso. (VA) Texto Anterior: Congresso se divide sobre união civil de homossexuais Próximo Texto: SP realiza primeiras cirurgias de esterilização Índice |
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