São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Professores querem fórum para discutir mudança

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) deverá definir entre hoje a amanhã a posição que tomará frente à reforma no ensino.
Mais de 4.000 professores participam desde quarta do 14º Congresso da Apeoesp, que termina amanhã em Santos (litoral sul de). A rede tem 240 mil professores, 140 mil deles filiados à Apeoesp.
A principal reivindicação é a formação de um fórum estadual -com todos os setores envolvidos- para discutir as propostas do governo antes de implementadas.
"Do jeito que está sendo colocado, nós somos contra", afirma o presidente da Apeoesp, Roberto Felício, 43. "A separação das séries por escola vai trazer uma série de transtornos. Pelo menos 50% dos professores terão de se mexer. Também não vemos justificativa pedagógica para esta separação."
Para ele, "o próximo passo disso será transferir essas escolas de 1ª a 4ª série para os municípios. Mas mais de 80% deles não teriam condições de manter essa rede". A secretária Rose Neubauer nega a intenção municipalizadora.

Pais
Entre os pais e alunos haverá dois grupos mais prejudicados pela reorganização das escolas.
Um grupo será formado por aqueles que hoje estudam em escolas muito próximas às suas casas e que terão de ir a outra escola.
Outro grupo é formado por pais que têm mais de um filho, de diferentes idades, que hoje estudam na mesma escola e terão de ir para lugares diferentes. "Eu não sei como é que vou fazer com meus filhos", afirma Renato Baptista Leite, 33, que tem Cesar Henrique, 12, e Suellen Cristina, 9, na Escola Estadual Carlos Garcia, em Santo André (Grande São Paulo).
Ele também se encaixa no grupo que poderá ter de ir a uma escola mais distante. Atualmente faz supletivo noturno na Escola Estadual João de Barros Pinto (Santo André), perto de sua casa.
(FR)

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