São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995 |
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Justiça pode impedir nova versão da prova
LUIS HENRIQUE AMARAL
A liminar foi concedida na ação popular movida pelo vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT). Ela determina que a Globo paralise qualquer negociação sobre a maratona, como a retransmissão ou a venda de imagens. O juiz determinou ainda que não sejam iniciados entendimentos entre a Globo e a prefeitura para a realização da maratona em 1996, até o julgamento final da ação. Juízes ouvidos pela Folha criticaram as declarações que Maluf vem fazendo contra o juiz Melo. Na segunda-feira, no programa Roda Viva, da TV Cultura, Maluf disse que Melo "não seria aprovado em uma banca examinadora de juízes" da qual ele participasse. Na terça-feira, o prefeito disse que o juiz deu a liminar para "aparecer" e completou: "O juiz aparece na primeira página do 'Estadão', chega em casa e a mulher diz: 'Meu herói'. Naquele dia ele dorme melhor. Quem sabe a mulher vai tratá-lo com um pouco mais de carinho". Procurado, o juiz Melo disse que não quer se pronunciar. Para o vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Ricardo Lewandowski, os ataques "quebram a harmonia e a independência" entre os poderes Executivo e Judiciário. "Manifesto minha estranheza, pois o prefeito sempre foi um cavalheiro em relação ao Judiciário", diz. Para o juiz Antonio Carlos Malheiros, do 1º Tribunal de Alçada Civil, o prefeito foi "muito arrogante" na sua declaração. Ele vê no ataque "um desrespeito ao Judiciário como um todo". O presidente da Associação Juízes para a Democracia, Urbano Ruiz, diz que a frase do prefeito é "própria de quem tem uma atitude autoritária e não admite controle sobre os seus atos". Para ele, Maluf demonstra com sua afirmação "um pouco de despreparo para a administração pública". O prefeito Maluf viajou ontem. Sua assessoria não comentou a liminar e as declarações dos juízes. Texto Anterior: OS PRINCIPAIS PONTOS DO PROJETO Próximo Texto: Governo define reforma até dezembro Índice |
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