São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Governo define reforma até dezembro

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária da Educação de São Paulo, Rose Neubauer, 50, anunciou ontem que a reforma na rede estadual -com nova distribuição de alunos pelas 6.800 escolas- vai estar "completamente definida" até 15 de dezembro.
Atualmente, a maioria das escolas ou é de 1º grau, ou de 1º e 2º graus. Após a reorganização, a maioria será de 1ª a 4ª série -o antigo primário- e o resto, com algumas exceções, será de 5ª série a 2º grau (leia quadro ao lado).
Já no ano que vem, cerca de 70% dos 6,5 milhões de alunos serão atingidos por essa mudança.
Segundo Neubauer, em cerca de duas semanas haverá um dia de discussão em toda a rede sobre o que está sendo chamado de "reorganização das escolas".
Também será lançada em breve uma cartilha junto com outros documentos sobre essa reorganização. A principal reclamação de professores, pais e alunos é que ninguém sabe o que vai acontecer na rede.
A secretária disse que ainda está sendo estudado que escolas atenderão às diferentes faixas etárias.
"A reorganização tem um caráter pedagógico", afirmou Neubauer. Para ela, a lei 5.692, de 1971 -que acabou com a antiga divisão de escolas em primário (1ª a 4ª série), ginásio (5ª a 8ª) e secundário (2º grau)-, não trouxe benefícios para o Estado.
"A clientela de 7 a 11 anos é completamente diferente da clientela jovem, e cada uma precisa de espaços diferenciados", diz.
Para crianças, segundo Neubauer, a classe deve reunir a maior parte do material didático: uma pequena biblioteca, jogos pedagógicos, recursos para fazer experiências, como plantar feijão.
Já para alunos com mais de 11, 12 anos, a classe serve para aula e a escola precisa de uma grande biblioteca, laboratório, quadra poliesportiva, entre outras coisas.
A dispersão dos níveis de ensino também obrigaria os professores a se deslocar mais para completar sua jornada de trabalho. O professor tenderia, então, a se firmar numa só.
Neubauer negou que a reorganização seja orientada para fazer a municipalização das escolas de 1ª a 4ª série -ou seja, as prefeituras arcariam com suas despesas.
"Cada município vai poder aderir ao projeto como quiser", afirma ela.

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