São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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Estado gasta R$ 930 mi com funcionalismo
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Isso representa 80% de toda a receita de impostos, um valor exagerado sob qualquer critério. Os gastos com salários cresceram no governo de Mário Covas, mas este é responsável apenas por parte do aumento. Já em fevereiro a folha subiu para o patamar de 70% das receitas, como consequência das vantagens concedidas no final do governo de Luiz Antonio Fleury Filho. Em abril, Covas concedeu aumento para os professores. Com isso, a folha saltou para o patamar de 80% da arrecadação. Bola de neve O reajuste concedido ontem representa 1% da receita. É pouco, mas vai pesar. Isso porque a folha tem uma tendência de crescer 1% ao mês, mesmo que não se conceda qualquer aumento. O crescimento ocorre devido ao pagamento de adicionais por conta de quinquênios e promoções por antiguidade. Trata-se, portanto, de uma bola de neve que cresce sem parar. E que ganha novo impulso a cada reajuste concedido. No lado da receita, houve crescimento até março. Depois, foram três meses de queda, uma pequena recuperação em julho e nova diminuição em agosto. Em setembro, a arrecadação deve voltar ao nível de junho, com R$ 1,14 bilhão. Lei complementar, a Lei Camata, determina que nenhum governo estadual pode gastar mais de 60% de sua arrecadação com salários. Os governos têm prazo até 1998 para se adequarem. No caso do governo paulista, para chegar a isso sem cortar despesas com salários a receita precisaria crescer 35%, enquanto a folha permanecesse estável. É uma alternativa impossível. É por isso que o governador Mário Covas defende a reforma administrativa, que representaria a possibilidade de demitir funcionários e reduzir salários de funcionários e aposentados que ganham mais que o presidente da República. Texto Anterior: Covas reduz salário para ganhar como FHC Próximo Texto: Procuradoria pede suspensão de obras sem licitação no Acre Índice |
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