São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
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Procuradoria pede suspensão de obras sem licitação no Acre

ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO BRANCO

A Procuradoria da República no Acre e o Ministério Público Estadual devem pedir na próxima segunda-feira a suspensão de obras no Estado.
Eles vão propor à Justiça ação civil pública para anular o contrato do governo do Estado com cinco empreiteiras que fazem reformas no pronto-socorro e no Hospital de Base em Rio Branco.
O governo iniciou as obras, orçadas em R$ 2,9 milhões, sem fazer licitação, alegando situação de emergência.
A Procuradoria e o Ministério Público alegam que a reforma de prédios públicos não pode ser considerada emergência.
Além disso, 4 das 5 empreiteiras contratadas são acusadas de ter dívidas com o governo federal, o que as impede de realizar obras públicas.
Entre as empreiteiras que participam das obras está a Mendes Carlos, que pertence ao empresário Narciso Mendes, amigo do governador Orleir Cameli.
Narciso Mendes nega que haja qualquer irregularidade com sua empresa. "Todas as minhas empresas estão com seus débitos quitados e receberam as obras legalmente", afirma.
A ação pede a interrupção imediata das obras, até que o caso seja julgado, e a devolução do dinheiro ao Estado.
O governo do Estado promove hoje um ato público de apoio ao governador no município de Sena Madureira (AC). O governo espera reunir 5.000 dos 30 mil habitantes do município.
Na Assembléia Legislativa, os deputados estaduais que apóiam o governador entraram em confronto com a oposição.
Anteontem a sessão chegou a ser suspensa devido a uma discussão entre os deputados Élcio Santiago (PPB) e Wagner Sales (PMDB). Sales é primo de Cameli e faz oposição ao governo.
Na última terça-feira, o deputados José Vieira (PFL), da bancada governista, trocou tapas com Márcio Bittar (PMDB), da oposição.
O governador Orleir Cameli é acusado de ter cometido pelo menos 18 crimes. Entre eles está o uso de três CPFs e duas identidades com números diferentes.
O governador também é acusado de dispensa indevida de licitações, superfaturamento de obras e pagamentos sem registro ou controle.

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