São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
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Sequestrador preso no Rio foi segurança

SERGIO TORRES; CLÁUDIA MATTOS; JOSÉ CARLOS PELOSI
DA SUCURSAL DO RIO

O servente Hildebrando José da Silva Santos, acusado de atuar no sequestro de Carolina Leite Dias, trabalhou no ano passado como segurança na rua onde mora Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho, pai de outro jovem sequestrado.
Gouvêa Vieira Filho, 21, foi sequestrado terça-feira. Ele é filho do presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Vieira. Carolina, 18, foi libertada anteontem. Ela ficou um dia sequestrada.
No cativeiro da estudante, a PM informou ter prendido Santos, 32. Este acusou mais cinco pessoas. Na DAS (Divisão Anti-Sequestros), Santos disse que trabalhou por três meses na rua Viúva Lacerda (zona sul), onde mora a família do presidente da Firjan.
Santos afirmou que há um ano e dois meses deixou o serviço. Ele disse que trabalhava na rua como vigilante, vestido de colete preto.
Quem o contratou foi o chefe da segurança, Antônio Campos. Segundo ele, não é feita verificação de possíveis antecedentes criminais dos candidatos a emprego.
Os seguranças são pagos pelos moradores. Segundo Campos, a família Vieira sofria ameaças de sequestro há mais de um ano.
Santos negou que esteja envolvido no sequestro do rapaz. "Do da moça participei como cozinheiro e para tomar conta dela. O desse homem não", disse Santos.
O diretor da DAS, delegado Alexandre Neto, disse considerar coincidência o fato de o suposto sequestrador da estudante ter trabalhado na rua onde mora outra vítima de sequestro. "O grupo que sequestrou Carolina é desorganizado. Fez tudo sem planejamento. Ao contrário do que sequestrou Vieira Filho, que fez tudo bem planejado."

Prisões
Ontem foram presos três suspeitos de participação no sequestro do estudante Marcos Chiesa, 16. Em ação na Ilha do Governador (zona norte), a PM deteve Alexandre da Silva, Carlos da Rocha e Roberto Carvalho. A polícia subiu vários morros em busca do cativeiro de Chiesa, sequestrado há três dias.

Colaboraram CLÁUDIA MATTOS, da Sucursal do Rio, e JOSÉ CARLOS PELOSI, free-lance para a Folha

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