São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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Importador prevê alta de carro nacional
ARTHUR PEREIRA FILHO
A afirmação é de Emílio Julianelli, presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos)."Sem a opção do importado, o consumidor será obrigado a migrar para o nacional e as montadoras vão poder subir o preço", diz. As montadoras não confirmam mudanças na tabela. Mas Miguel Barone, vice-presidente de Vendas da Volkswagen, reconhece que o elevado estoque de importados acabou provocando redução de preço dos veículos nacionais. "O carro nacional chegou a um patamar que jamais atingirá novamente. Essa é uma excelente oportunidade para comprar", afirmou. Julianelli prevê que as importadoras de marcas sem fábricas no país sejam obrigadas a fechar cerca de 500 lojas e a demitir perto de 12 mil funcionários ano que vem. "Com a alíquota de 70%, vamos vender no máximo entre 80 e 100 mil veículos, volume insuficiente para manter a estrutura atual", diz. Segundo Julianelli, das atuais 740 revendas sobrariam apenas 200. O número de funcionários cairia de 17 mil para 5.000. O presidente da Abeiva diz que somente conseguirão sobreviver os importadores de carros de luxo -acima de US$ 60 mil-, as marcas francesas, que trazem carros do Mercosul sem pagar alíquota, e os importadores de picapes, que pagam imposto de 32%. Julianelli diz que o governo está "equivocado" na decisão de manter a alíquota em 70%, o que, segundo ele, representa um "retrocesso". Ele diz que há uma alternativa melhor. "A proposta de autolimitação, feita pelos importadores, garantiria o equilíbrio da balança comercial do setor", explica Julianelli. Pela proposta, as 32 marcas filiadas à Abeiva se comprometeriam a trazer apenas 160 mil carros em 96, 40 mil a mais do que o total previsto para 95. Para Miguel Jorge, vice-presidente da Volkswagen, a decisão de manter a alíquota em 70% é do governo. Segundo Jorge, uma multinacional pode produzir carros no Brasil ou fora do país, dependendo das regras em vigor. Julianelli diz que as constantes mudanças na política do governo para o setor colocam em risco os novos investimentos anunciados para a construção de fábricas no país. Texto Anterior: Multibrás se abre para demissões voluntárias Próximo Texto: Para Brandão, fusões ainda devem demorar Índice |
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