São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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Separação pode tornar Brasil maior que Canadá
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Mas isso não é certo, porque a questão territorial será apenas um dos muitos problemas que a vitória do "sim" na segunda-feira provocará. Embora os nativos canadenses sejam apenas 1,5% da população do país, eles reivindicam e têm reconhecido pelo governo do Canadá, direito sobre quase metade do território do norte do país, inclusive no Québec (pronuncia-se "quebéc"). Em plebiscito realizado na quinta-feira, os índios Cree decidiram por 96% a favor e 4% contra que desejam continuar unidos ao Canadá. Os índios Inuit (também conhecidos como Esquimós) já haviam resolvido a mesma coisa. Por isso, ainda não se sabe quanto dos 1,54 milhão de km² do Québec ficarão sob o controle do eventual novo país. A França chegou ao atual território do Québec em 1534 e o colonizou com o nome de Nova França até 1763, quando o cedeu à Inglaterra. Em 1774, o Parlamento Britânico garantiu aos franceses do Québec o direito de manter língua, religião, costumes e propriedades. O separatismo ganhou ímpeto na década de 1960, com o apoio ostensivo do então presidente da França, Charles De Gaulle. Em 1980, plebiscito similar ao da próxima segunda-feira terminou com 59,5% de votos contra a secessão e 40,5% a favor. A partir daí, o movimento separatista perdeu força e passou a ser liderado por políticos menos radicais, que defendem uma associação íntima entre Québec independente e o Canadá. Os principais líderes do movimento são o primeiro-ministro de Québec, Jacques Parizeau, e o populista Lucien Bouchard. (CELS) Texto Anterior: CONHEÇA A PROVÍNCIA Próximo Texto: França realiza o 3º teste nuclear Índice |
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