São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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França realiza o 3º teste nuclear
VINICIUS TORRES FREIRE
Segundo informou o Ministério da Defesa, o teste de uma bomba de potência equivalente a 60 quilotons serviu para armazenar informações sobre o comportamento de armas estocadas. Os dados coletados serão utilizados na checagem da confiabilidade do atual arsenal francês pelos próximos 15 anos. A potência de uma bomba de 60 quilotons (60 mil toneladas de explosivos convencionais, TNT) é equivalente a três vezes a da que explodiu em Hiroshima. O primeiro teste francês, realizado no dia 5 de setembro em Mururoa, recolheu informações para o programa francês de simulação de testes. A segunda explosão, realizada no atol vizinho, de Fangataufa, testou pela primeira vez a ogiva nuclear 75 (TNT-75), desenvolvida em 1992 e que vai equipar a nova frota de submarinos lançadores de mísseis nucleares do país. Apesar de ter sido anunciado na semana passada a limitação do programa de renovação da frota francesa de submarinos, o armamento estocado nessas embarcações ainda vai representar cerca de 60% da potência nuclear francesa. O terceiro teste francês ocorre quatro dias depois que o presidente francês, Jacque Chirac, confirmou a redução do número de experimentos dos oito inicialmente previstos para seis. Chirac fez o anúncio em entrevista ao jornalista Larry King, da rede da CNN, explicando que a limitação do número de explosões se deve ao sucesso dos dois experimentos até agora realizados. O anúncio de Chirac foi a mais recente iniciativa apaziguadora do governo francês desde que começou a campanha internacional contra as explosões experimentais. O governo já havia “reduzido”os testes de oito para sete, proposto a proibição total dos testes a partir de 1996 (o que não estava na agenda francesa), permitido que a comissão técnica da União Européia inspecionasse os atóis depois dos testes e, em setembro, anunciado a “redução” dos testes de sete para seis. Ainda em setembro, o jornal “Le Monde” divulgou documentos militares franceses que mostrariam que os testes poderiam estar rachando a rocha submersa do atol de Mururoa. Cientistas que criticam os experimentos dizem que as rachaduras podem permitir que o material radiativo vaze, o que provocaria a contaminação do oceano. Texto Anterior: Separação pode tornar Brasil maior que Canadá Próximo Texto: Navio pode afundar na Libéria com 500 pessoas Índice |
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