São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 1995
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Caminho para Atlanta

CIDA SANTOS

O caminho para os Jogos de Atlanta começa a ser traçado, a partir de sexta-feira, em terras japonesas. Na Copa do Mundo, estarão em jogo três vagas para a Olimpíada. Além da técnica e da tática, as 12 seleções terão que mostrar muito preparo físico.
Serão 11 partidas em 15 dias. Mais: nesse período, cada time vai jogar em seis cidades diferentes.
A estréia do Brasil será contra a Croácia, atual vice-campeã européia e uma seleção que segue o estilo da Rússia: um jogo baseado na força e sem grandes variações de ataque. O destaque é a levantadora naturalizada Irina Kirilova, campeã mundial em 90, com a então URSS. Irina tem um estilo único. Joga de frente para a rede e deixa um enigma no ar: será que vai levantar ou atacar?
A seleção brasileira teve uma preparação atormentada por contusões. O time joga sem Ana Paula e com Ana Flávia, que operou o joelho no mês passado, ainda longe da velha forma. Hilma e Ana Moser também ainda estão em fase de recuperação e não dá para saber se vão jogar tudo o que podem.
Apesar disso, o Brasil deve voltar do Japão com vaga assegurada.
Vamos às contas: no torneio, todas as seleções se enfrentam. As três com melhores campanhas se classificam. Os EUA, sede dos Jogos de Atlanta, já têm presença garantida na Olimpíada. Portanto, estão fora do páreo.
Das grandes forças, restam Cuba e China. Os jogos chaves do Brasil serão contra Croácia, Holanda, Japão e Coréia.
Vencendo essas partidas, vão sobrar Peru, Egito, Canadá e Quênia, que podem ser riscados. Nenhum é uma ameaça.
Entre os participantes, a novidade é a Holanda, autora da surpresa do ano: eliminou a Rússia nas semifinais do Campeonato Europeu.
Uma façanha bem considerável: pela primeira vez, as russas estão fora da Copa do Mundo.
Na seleção holandesa, a sensação é a canhota Elles Leferink, 19, a melhor jogadora do Europeu. Ela atua como uma brasileira: com muita velocidade, tanto na rede quanto no ataque do fundo.
Fora da quadra, as holandesas inventaram uma nova bossa: antes das partidas, fazem uma roda abraçadas, agacham-se e batem as mãos no chão.
Em seguida, ainda abraçadas, erguem-se e movimentam os braços como se fossem flores desabrochando. Se não conseguir bons resultados, a Holanda deve sair do Japão pelo menos com um título: o de campeã em coreografia.

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