São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995
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Luís Eduardo pede que governo corte gastos

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), disse ontem que a prorrogação por apenas 18 meses do FSE (Fundo Social de Emergência) vai forçar o governo a fazer ajustes e cortar despesas.
"É preciso que o Estado corte despesas. Não se pode ficar só dando receita e jogando a conta para o contribuinte, sem se fazer os ajustes necessários para o Estado", afirmou, em São Paulo, onde almoçou com empresários.
"Por que 24 meses e não 18? Se pode ser feito o ajuste, pode-se antecipar o ajuste. Por que não?", indagou. Para ele, diminuir o prazo "é bom, inclusive, para o governo apressar o processo de privatização".
Segundo ele, 18 meses "estimulam mais (o governo) a andar com a privatização". Na sua opinião, o dinheiro das vendas das estatais pode ajudar o governo a equilibrar suas finanças.
Luís Eduardo disse que o governo "cometeu um equívoco" no caso da venda da Light. "Passou muito tempo estudando se enviaria projeto de lei criando uma subsidiária, separando parte da Light, da Eletropaulo (São Paulo)"...
"Perdeu cem dias nessa discussão. Quando resolveu mandar o projeto, a Câmara aprovou em nove dias", afirmou. Mas disse que "o governo hoje tem consciência da prioridade do programa de privatização".
Sobre o FSE, o presidente da Câmara afirmou que o "Congresso viu que 18 meses é o tempo ideal" para a prorrogação.
"À medida que o prazo se mostre insuficiente, nós jamais seríamos insensíveis de trocar a estabilização da economia por mais seis meses", disse o presidente da Câmara.
"Votaríamos uma emenda prorrogando o FSE por mais seis meses. Espero que, nesse prazo, o governo possa ajustar suas contas, e o Congresso possa votar as reformas", declarou.
Luís Eduardo afirmou que a aprovação da reforma administrativa pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara "descumpriu parcialmente o regimento". Para ele, a CCJ "é para julgar apenas a inadmissibilidade e não o mérito".

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