São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995 |
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'Não há solução de curto prazo'
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Para ele, o México vive um "clássico problema de balanço de pagamentos (a consolidação das contas internacionais de um país)". A saída de recursos não é somente de capital financeiro, mas de produtivo. O novo pacto, afirma, "é extremamente modesto. Um crescimento de 3%, como o proposto, é insuficiente para gerar empregos e para garantir que, amanhã, não haverá outro surto de desconforto". Nolasco acredita que é o modelo de ajuste adotado pelo México que está em discussão. "México e Brasil praticam taxas de juros extremamente elevadas para atrair capital, gerando uma série de distorções em suas economias." Uma dessas distorções é a incapacidade de gerar taxas de crescimento da magnitude necessária para países do Terceiro Mundo, que ele calcula serem da ordem de 7% a 9% ao ano. Por isso, acredita, o modelo de ajuste teria de ser revisto, para que a atração e capital externo não estivesse mais baseada "no diferencial de juros, mas no diferencial da taxa de crescimento". Essa lógica, afirma, se aproxima mais da praticada pelos chamados "tigres asiáticos". Nolasco diz é preciso que cada país latino, especialmente México, Argentina e Brasil, "procure uma solução própria, um modelo específico que os diferencie". Ele lamenta que o Brasil não tenha aproveitado a primeira crise do México para se diferenciar, "sendo agressivo e mostrando que é confiável ao investidor estrangeiro. O mundo hoje é uma casinha fechada". Texto Anterior: MÉXICO ANUNCIA MEDIDAS ECONÔMICAS Próximo Texto: Para Serra, 'especulação' causou crise Índice |
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