São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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Números são conflitantes, diz SRB

DA REPORTAGEM LOCAL

A agricultura deve deixar de gerar cerca de 460 mil empregos, entre diretos e indiretos, até junho de 96, por conta da quebra da safra agrícola 95/96.
Essa é a avaliação do presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), Roberto Rodrigues, que considerou "muito díspares" as previsões de queda no emprego e de redução da renda agrícola estimadas pelo Ministério da Agricultura.
Pelos cálculos de Rodrigues, cerca de 2,3 milhões de hectares devem deixar de ser plantados, o que daria a redução de 460 mil empregos até junho.
Um hectare -que é equivalente a dez mil metros quadrados- emprega, para efeito de cálculo, 0,2 trabalhador, segundo Rodrigues.
"Além da queda de receita, é preciso considerar a inadimplência (falta de pagamento) que atingiu toda a agricultura", diz o presidente da SRB.
O professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, Fernando Homem de Melo, concorda com a avaliação de que os números apresentados pelo Ministério da Agricultura "não se justificam".
"Se se considera uma perda de renda de R$ 1,4 bilhão, o número de empregos que deixariam de ser criados seria muito menor que os 832 mil", diz.
Para Homem de Melo, no entanto, o setor agrícola deve registrar uma perda de renda agrícola de R$ 9,2 bilhões.
O professor da USP, que também é pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), prefere não arriscar o número de empregos que deixarão de ser criados.
"Os dois números (de emprego e de queda da renda agrícola) não batem", afirma.

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