São Paulo, quarta-feira, 1 de novembro de 1995
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Smashing Pumpkins ousa em disco novo

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

O Smashing Pumpkin vai provavelmente tocar no Hollywood Rock o repertório do novo disco "Mellon Collie and the Infinite Sadness" (trocadilho com melancolia e a tristeza infinita), lançado na semana passada nos EUA.
O disco duplo, uma ousadia no mundo descartável do pop, traz 28 músicas, divididas em duas partes; "Dawn to Dusk" (disco 1) e "Twilight to Starlight" (disco 2), uma homenagem aos discos conceituais dos anos 70.
"Mellon Collie and the Infinite Sadness" confirma o talento da banda que soube ampliar seu universo musical. Foram quase dois anos entre "Siamese Dream" (93), o último trabalho de estúdio e "Mellon Collie". Entre os dois, o ainda inédito no Brasil, "Pisces Iscariot"(94), uma coletânea com lados B's e gravações inéditas.
Natural de Chicago, a banda tem no líder Billy Corgan, um letrista intenso e contemporâneo, preocupado em lidar com temas como dor, raiva, fúria, ansiedade, paixão e solidão. O quarteto, Corgan (guitarras e vocais), D'Arcy (baixo e vocais), James Iha (guitarra) e Jimmy Chamberlin (bateria), ganhou prestígio nos EUA em 93 com "Siamese Dream".
Em "'Mellon Collie", desta vez produzido por Flood (do U2), as influências vão da música clássica (com inclusão de peças orquestradas) ao hard rock de Black Sabbath e Led Zeppelin. O disco se equilibra entre baladas e rocks pesados, entre poesia e realidade, entre amor e tristeza. A banda sofisticou sua sonoridade.
As músicas são mais simples. Corgan está mais romântico e pessoal como mostra em "Galapogos" , "In the Arms of Sleep" e "Beautiful", mas sua revolta continua visceral ("Bullet with Butterfly Wings" e "Fuck You (An Ode To No One)").
Em "Zero", canta os versos: "Estou apaixonado pela minha tristeza/ Falsos mentirosos/ Reinos encantados/ As vítimas da moda mastigam seus dentes de carvão/ Eu nunca deixei ver que estava num navio afundando/ Eu nunca deixei ver que estava deprimido".
A explicação para mais suavidade, é de Corgan, que aos 28, diz estar velho para o rock: "A cada ano, perco a motivação para tocar rock. Existe um poder na música visceral que está relacionado ao fato de ser jovem. Como estou ficando mais velho, vou me afastando da vontade de tocar de forma barulhenta e intensa".
Para criar "Mellon Coolie and the Infinite Sadness", Corgan fez questão de passar meses trancado no estúdio com a banda, ao invés de colher os louros de "Siamese Dream" com turnês intermináveis. Segundo o cantor, sua vontade era de expandir as barreiras musicais e espirituais da banda. Por isso, a necessidade de fazer um disco duplo. O primeiro clipe do disco, "Bullet With Butterfly Wings" estréia amanhã na MTV.

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