São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995 |
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Procurador pede inquérito contra Cameli
MÔNICA SANTANNA
Por ser governador, cabe ao STJ autorizar ou não a abertura de inquérito. Cameli foi denunciado ao procurador-geral por três senadores do Estado, acusado de autorizar obras sem licitação, usar três CPFs e duas carteiras de identidade diferentes e formar "caixa dois" no governo, entre outros crimes. Segundo Brindeiro, o pedido de abertura de inquérito será feito independentemente da análise do relatório com o resultado das investigações realizadas pela polícia, pela Assembléia Legislativa do Estado, pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Procuradoria da República no Acre. "O inquérito vai verificar se há indícios suficientes de crime", disse Brindeiro. Ele disse que está analisando o relatório e ainda não tem data prevista para a conclusão do seu parecer. "Estou examinando a questão, que me parece muito grave. Envolve suposta sonegação fiscal, o uso de vários CPFs e a compra de um avião, que está apreendido no aeroporto de Cumbica (SP)", afirmou o procurador-geral. Brindeiro disse que pediu à Receita Federal e ao Banco Central informações sobre a aquisição do avião, dos CPFs e das operações realizadas pelo governo do Estado. O procurador-geral afirmou que pretende viajar para o Acre até o final da próxima semana para conferir as denúncias. Brindeiro disse também que requisitou proteção à Polícia Federal para o procurador Luiz Francisco Fernandes de Souza, que atua no Estado. Ele teme que o procurador sofra algum tipo de atentado em razão das investigações realizadas pela Procuradoria. "Aquela é uma região perigosa e tensa", disse. Convênio O subprocurador-geral da República Paulo Sollberger afirma em parecer que não há indícios de crime contra o governador do Acre, Orleir Cameli (PPB), no caso de um convênio realizado entre a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o governo do Estado, em fevereiro. Segundo o parecer, há indícios no processo de aplicação irregular de verbas por parte do prefeito de Cruzeiro do Sul, João Barbosa de Souza (PPB). No convênio, firmado em fevereiro, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul solicitou ao governo R$ 60 mil para asfaltar estradas vicinais. O dinheiro teria sido usado pelo prefeito para o pagamento de dívidas anteriores com a Cameli Distribuidora de Combustíveis, empresa da família do governador. Texto Anterior: Culto no Congresso une católicos e evangélicos Próximo Texto: Ministério Público contesta reforma de hospital Índice |
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