São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Descoberta no Brasil questiona movimento de placas continentais

DA REDAÇÃO

A descoberta de uma camada de magma (rocha fluida) que ficou durante 135 milhões de anos fixa cerca 600 km sob o Brasil pode mudar uma teoria geológica aceita atualmente.
O estudo foi conduzido pela equipe do geólogo norte-americano John C. VanDecar (Instituição Carnegie de Washington), da qual fazia parte o brasileiro Marcelo Assumpção, da USP. Ele é publicado hoje na revista "Nature".
Atualmente, acredita-se que a superfície da Terra seja formada por cerca de uma dúzia de placas tectônicas que flutuam e se movem de maneira independente sobre uma camada de magma.
A descoberta na bacia do Paraná dá a entender que a massa de rocha vulcânica que formou a planície há 135 milhões de anos se moveu junto com a crosta.
Pela teoria atual, a camada de magma descoberta deveria ter permanecido em algum ponto perto da África -quando a planície foi criada, América do Sul e África faziam parte de um só continente, que se separou.
Em 1992, os pesquisadores instalaram sismógrafos nas regiões sul e sudeste do Brasil para medir vibrações de terremotos em locais distantes.
Eles detectaram uma particularidade na temperatura do magma. Sua temperatura era muito mais alta do que a esperada àquela profundidade.
A descoberta dá a entender que o material encontrado é o mesmo cujas erupções deram origem à planície.
A descoberta, segundo a equipe, pode ser mais um passo para entender o mecanismo responsável pelo movimento das placas tectônicas -responsável pela ocorrência de terremotos.
Ao longo do anos, cientistas propuseram diversos modelos para explicar a movimentação das placas, mas existem poucas evidências para demonstrá-los.

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