São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995 |
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Imposto pode ser usado para alongar prazo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem que o governo vai usar a tributação do Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos de capital obtidos por investidores estrangeiros nas aplicações em Bolsa de Valores para estimular os investimentos de longo prazo.A idéia do governo é aprovar no Congresso a isenção do IR sobre a remuneração nas aplicações com prazo superior a 180 dias. Somente as aplicações com prazo inferior a seis meses seriam taxadas a 5% em 1996 e 10% em 1997. Hoje esses ganhos são isentos de IR. Já o capital nacional, que hoje paga 10% de IR, passaria a ser taxado em 15% a partir de 1996, independente do prazo da aplicação, segundo afirmou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Benito Gama (PFL-BA). Estas mudanças serão feitas por meio de emendas na votação do projeto de lei que altera o Imposto de Renda das empresas (IRPJ), no plenário da Câmara. Será apreciado o substitutivo do relator, deputado Antonio Kandir (PSDB-SP), aprovado anteontem na Comissão de Tributação e Finanças. Kandir alterou o projeto original do governo de taxar o ganho líquido de todas as aplicações em bolsas feitas por estrangeiros a partir de 1996 com 5% e 10% em 1997. Os investidores nacionais passariam a pagar 15% no próximo ano. A Folha apurou que esta é a proposta defendida pelo Banco Central, que vê necessidade de continuar oferecendo um estímulo adicional ao capital estrangeiro, apesar do alto nível das reservas brasileiras -US$ 48 bilhões. Com a decisão do governo de brigar pelo tratamento diferenciado para os investidores estrangeiros, saiu derrotado o secretário da Receita Federal, Everaldo Maciel, que inicialmente queria taxar em 15% a partir de 1996 os ganhos obtidos na compra e venda de ações nas bolsas por aplicadores residentes fora do Brasil. Texto Anterior: Aumentos causaram déficit Próximo Texto: Maciel diz que venda da Vale é irreversível Índice |
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