São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Papel da Telebrás obtém sucesso em NY

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro dia de negociação de ADRs (recibos de depósito) da Telebrás na Bolsa de Nova York, o volume negociado atingiu 1,8 bilhão de títulos até as 18h30 (horário de Brasília).
Na Bolsa paulista, o volume negociado de Telebrás atingiu a 1,95 bilhão de ações (aproximadamente 60% do total negociado).
A estréia na Bolsa de Nova York foi considerada um sucesso por Jair Ribeiro Neto, do Banco Patrimônio. O volume negociado de Telebrás (US$ 72 milhões) se aproximou do de Telmex (a companhia mexicana de telecomunicações, que movimentou US$ 95 milhões), que já é negociada em Nova York faz algum tempo.
Os ADRs da Telebrás passaram a ser de nível dois. Ou seja, passaram a poder ser negociados em Bolsa -e não somente, como é o caso do nível um, no mercado de balcão eletrônico.
ADR não passa de um recibo. O investidor estrangeiro vem ao Brasil, compra ações da Telebrás, as deposita na custódia da Bolsa paulista (o que equivale a deixar as ações em um cofre) e, no exterior, uma corretora emite para esse investidor um título, chamado ADR, que funciona como um certificado de posse de "x" ações. Esse recibo é negociado, desde ontem, em Nova York. No mesmo dia é possível vender o ADR em Nova York das ações compradas pela manhã no Brasil.
Ribeiro Neto diz acreditar que a soma dos volumes negociados de Telebrás no exterior e no Brasil deve ser maior do que o mercado atual. É que a Telebrás, no Brasil, pode ser negociada em vários mercados derivativos, como o de opções (compra ou venda antecipada de ações por um preço predeterminado), o que, para ele, vai garantir a manutenção de liquidez para esse papel no mercado local.
Ele afirma, no entanto, que esse não é o caso de outras papéis -cuja migração para o exterior deve transferir mesmo os negócios do Brasil para Nova York.
O presidente interino da Bolsa paulista, Henrique Molinari, é mais pessimista.
Para ele, o grande volume de Telebrás em São Paulo ontem foi fruto de arbitragens (operar preços em Nova York e São Paulo) e que "rapidamente a liquidez pode ser transferida lá para fora".

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