São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Museu reúne as principais telas do pintor

DA FOLHA NORTE

O pintor rio-pretense José Antônio da Silva é considerado por críticos de arte como o maior pintor primitivista do Brasil.
As pinturas de Silva custam, em média, US$ 10 mil cada uma.
O acervo de Rio Preto do pintor reúne obras de maior importância de sua carreira, entre elas a famosa tela "Enforcamento", de 100 cm por 70 cm, pintada em 1967.
Nela, Silva faz uma crítica à Bienal Internacional de Arte de São Paulo.
Além do MAP, Silva tem obras na Igreja da Redentora e na Betel. A Betel é uma instituição filantrópica que cuida da recuperação de dependentes de drogas.
O MAP, que foi fundado em 1969, funcionou na Betel até 1979 e, em 1982, foi criado oficialmente por um decreto-lei. No local, Silva pintou 20 "telas" na própria parede.
"Eu sou conhecido no mundo inteiro. Nunca procurei ninguém nessa vida para nada. Rio Preto não sabe nem metade de minha vida, do que passei, do que represento, das minhas premiações".
Ele afirma que não sabe o que aconteceu com suas obras no museu."Sempre fui uma pessoa que respeitou a todos. Acho que essa situação é falta de consideração comigo. Uma espécie de dor-de-cotovelo. Estou muito chateado", afirma.
O pintor também criticou a atitude da prefeitura da cidade. "Quem é Rio Preto para fazer isso com minhas obras. Sou um dos pintores brasileiros mais premiados em todo o mundo. O descaso com minhas obras, que doei com carinho, é questão de civilização. Estou à beira da morte. A próxima vez que for para Rio Preto estarei morto. No ano passado já havia presenciado a situação, mas não falei com ninguém."

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