São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995 |
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Tim Roth mantém sua fama de mau
DANIELA FALCÃO
Apesar de ser tão requisitado, Roth ri quando dizem que ele "caiu nas graças" dos norte-americanos e, principalmente, do diretor Quentin Tarantino. "Trabalhei muito em 95, mas acho que é pura sorte. Não sinto que sou predileto de ninguém, nem de Tarantino", afirmou Roth em entrevista exclusiva à Folha, durante as filmagens de "Gasoline Alley", segundo do diretor ítalo-americano Buddy Giovinazzo. Roth é o protagonista e faz o papel Joey, garoto-problema com fama de mau e índole boa. O filme, uma espécie de versão moderna de Caim e Abel, gira em torno da conflituosa relação entre Joey e seu irmão mais velho e ídolo Tommy (James Russo). Antes de "Gasoline Alley", Roth participou do badalado "Four Rooms"- filme dirigido a oito mãos pelos novos "garotos prodígios" de Hollywood: Tarantino, Robert Rodriguez, Allison Anders e Alexandre Rockwell. Bruce Willis, Madonna e Antonio Bandeiras também participam do filme, mas Roth foi o único presente nos quatro episódios de "Four Rooms". Assim que acabar "Gasoline Alley", ele entra em outro grande projeto: o novo filme de Woody Allen, um musical ainda sem nome com Julia Roberts e Goldie Hawn. Leia a seguir os principais trechos da entrevista que Roth concedeu à Folha, em Staten Island (Nova York), durante um dos intervalos da filmagem de "Gasoline Alley". Folha - Este é o seu quarto filme em 95. Você ainda está com pique? Tim Roth - Não é tão cansativo quanto parece. E os filmes que participei são bem diferentes: "Four Rooms" é um comédia, Rob Roy é drama, "Gasoline Alley" é um road movie e o projeto de Woody Allen é um musical. Com tanta variedade não dá para cansar. Folha - É fácil para um ator inglês atuar nos EUA? Roth - Aqui tem muito mais oportunidade e estrutura do que na Inglaterra. O único problema para mim é o sotaque inglês. Em quase todos os filmes que faço tenho que ter uma fonoaudióloga do meu lado o tempo todo para americanizar meu inglês. Folha - "Gasoline Alley" é um filme de baixo orçamento se comparado aos outros quatro que você participou. Qual a diferença? Roth - O elenco é menor e a gente trabalha mais horas por dia. Por outro lado, o clima é mais descontraído e há bastante improvisação. E isso é ótimo para exercitar o lado criativo do ator. Não quero ficar mimado. Folha - Você está virando figura carimbada em todos os filmes de Tarantino. Como é trabalhar com ele? Roth - Acho muito legal. Tarantino parece uma criança e a câmera é como se fosse seu brinquedo. Ele não pára de falar e sempre usa efeitos sonoros para exemplificar o que diz. Além disso, é um grande amigo. Um dos meus primeiros aqui nos EUA. Folha - Onde você está morando agora? Roth - Minha casa é em Los Angeles, mas desde setembro estou em Nova York. Folha - Você não sente vontade de tirar férias? Roth - Sinceramente, não. Trabalhar me faz feliz. Texto Anterior: Júri anuncia vencedores da Mostra hoje Próximo Texto: Debate aponta os limites para a invenção da inteligência artificial Índice |
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