São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Ataque mata 252 no Burundi

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um ataque do Exército do Burundi durante o fim-de-semana deixou 252 pessoas da etnia hutu mortas, segundo o governo.
O ataque no norte do país atingiu aldeias na montanha Tangara, próximo a Ngozi. Agências de ajuda humanitária disseram que havia no mínimo 140 mortos. A matança teria ocorrido entre a sexta-feira e o sábado.
Dezenas de milhares de pessoas já morreram em dois anos de conflito entre o Exército, controlado pela etnia minoritária tutsi, e os hutus, que dominam território no norte do país.
Apesar de o governo do país ser liderado pelos hutus, o Exército é controlado pelos tutsis, que se opõem à incorporação dos hutus em seus quadros.
Existe uma aliança entre Exército e governo, mas ela é frequentemente desrespeitada no interior do país, com ataques de hutus radicais a militares e de soldados a pessoas da etnia hutu.
Ontem, feriado no Burundi, autoridades militares do país não puderam ser encontradas para comentar a chacina. No início da semana, o porta-voz do Exército do país, Longin Minani, havia negado a ocorrência de um massacre.
Houve conflitos ontem entre rebeldes hutus e soldados em região a oeste de Ngozi. As agências de ajuda humanitária disseram que milhares de pessoas estavam fugindo para as montanhas do país.
O governo da cidade prometeu fazer uma declaração detalhada sobre as matanças.
A onda de violência começou com o assassinato do presidente hutu Melchior Ndadaye por soldados tutsis em outubro de 1993.
Em Ruanda, país vizinho, 1 milhão de tutsis e hutus moderados morreram entre abril e julho de 1994 em ataques de hutus radicais.

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