São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Novo líder da Jihad ameaça vingança

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O novo líder da Jihad (guerra santa) Islâmica, Ramadan Abdallah Challah, disse ontem que o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, "pagará caro" pela morte do líder do grupo radical, Fathi Chqaqi, assassinado na quinta-feira.
A ameaça foi feita no enterro de Chqaqi no "cemitério dos mártires" do campo de refugiados palestino de Yarmouk, em Damasco (Síria), onde mais de 100 mil pessoas vivem em barracas.
Mais de 40 mil pessoas acompanharam a cerimônia, gritando palavras de ordem contra Israel.
"Rabin vai pagar caro. Temos um compromisso com vocês, covardes que assassinaram Chqaqi pelas costas", disse Challah.
Um grupo de jovens protestou contra o líder da OLP, Iasser Arafat: "O mártir é o favorito de Deus. Arafat é o inimigo de Deus".
Chqaqi foi morto a tiros por dois homens na última quinta-feira em Malta (ilha do Mediterrâneo). As autoridades locais estão investigando o crime, mas até agora ninguém foi preso.
A Jihad acusa o serviço secreto de Israel (Mossad) pela ação e promete vingança.
Também estiveram no enterro delegados do Hizbollah (Partido de Deus) e uma delegação oficial do Irã, entre outros grupos.
Refugiados palestinos e partidários do Hizbollah no Líbano fizeram greve geral em seus acampamentos ao sul de Beirute, em sinal de luto.
Milhares de pessoas também fizeram uma manifestação em Teerã (capital do Irã) pedindo vingança contra Israel. A Jihad Islâmica é contra os acordos de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina. O grupo é acusado por Israel de ser responsável por ataques terroristas que mataram 80 israelenses e feriram outras centenas nos últimos 18 meses.
Teme-se que, após o assassinato de seu líder, o grupo vá intensificar seus ataques a alvos israelenses.
Desde o assassinato do líder da Jihad, Israel colocou seus serviços de segurança em estado de alerta para evitar ações terroristas.
Guerrilheiros do Hizbollah mataram ontem dois soldados de uma milícia pró-Israel na zona ocupada pelo país no sul do Líbano.
O grupo disse que o ataque foi uma vingança pela morte de Chqaqi. Outros cinco soldados de Israel ficaram feridos e um guerrilheiro foi morto.
Em retaliação ao ataque, Israel bombardeou vilarejos controlados pelo Hizbollah ao norte da zona ocupada.
Um colono israelense foi baleado por atiradores desconhecidos quando ia do assentamento de Kochav Yaacov, perto de Ramallah (Cisjordânia), para Jerusalém.
O rabino Uzi Navo, 32, foi levado para o hospital em estado grave. Moradores do assentamento acusaram guerrilheiros palestinos pelo atentado.

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