São Paulo, sexta-feira, 3 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CMN aprovará seguro-depósito de R$ 20 mil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pretende aprovar até o final do mês as regras do seguro de depósito, fundo destinado a cobrir os saques em bancos liquidados ou sob intervenção. A aprovação deverá ocorrer na próxima reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional).
A administração dos recursos do seguro de depósito será feita por um instituto de caráter privado, mas os estatutos deverão ser aprovados pelo CMN.
Os técnicos do Banco Central ainda estudam o valor da contribuição dos bancos sobre os depósitos para destinação ao fundo. O percentual deverá ficar entre 0,0025% e 0,0030%. Avalia-se que esse custo será repassado aos clientes.
O BC já anunciou que o valor do seguro será de R$ 20 mil e cobrirá contas correntes, CDBs e cadernetas de poupança. Estão excluídas as aplicações em fundos de investimento. Ainda existem dúvidas se os R$ 20 mil serão pagos por aplicação ou por cliente.
O acordo sobre o valor, segundo o BC, foi acertado com a Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), que insistia até a semana passada em aprovar um seguro de R$ 12 mil. Ontem, a Folha não conseguiu encontrar representantes da Febraban.
Na quarta-feira à noite, contudo, um executivo de um grande banco privado -participante das negociações- mostrou-se surpreso com a notícia de que a medida estaria pronta para ser submetida ao CMN.
Como o fundo será gerido pelo setor privado, sua montagem terá que ser planejada de comum acordo com o governo, argumentou o executivo.
Segundo a Folha apurou, o BC e a Febraban reuniram-se somente uma vez para discutir o assunto. Os banqueiros ainda aguardam uma convocação do BC para uma nova reunião.
O novo fundo deverá reunir também os recursos do FGDLI (Fundo de Garantia de Depósitos em Letras Imobiliárias), fundo do BC destinado a garantir a devolução de até R$ 5 mil para depositantes em caderneta de poupança no caso de quebra do banco.
Além disso, o governo também repassará ao seguro a verba do Recheque, fundo formado a partir das multas pela devolução de cheques sem fundo.
Hoje, a caderneta de poupança é a única aplicação que tem garantido por lei o ressarcimento dos depósitos em caso de intervenção ou liquidação.

Texto Anterior: Lojas Americanas terá marketing direto
Próximo Texto: Alto custo pode 'matar' indústria de base
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.