São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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MST anuncia missa e entrega de alimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vai aproveitar o domingo, dia de visita aos que cumprem pena no complexo penitenciário do Carandiru, para promover atividades em solidariedade aos seus dois militantes que estão presos no local.
Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto são os líderes do MST na região do Pontal do Paranapanema (SP) que estão presos em São Paulo.
Às 9h de amanhã será celebrada missa em solidariedade a Diolinda e Barreto. Em seguida, haverá distribuição de alimentos para familiares de presos do Carandiru.
Militantes do MST na cidade paulista de Sumaré trarão um caminhão de alimentos produzidos pelo assentamento local dos sem-terra.
O objetivo, segundo a direção do MST, é mostrar a viabilidade da reforma agrária e, também, tentar ganhar adeptos para a campanha pela libertação de Diolinda e Barreto.
Na segunda-feira, grupos feministas vão se reunir a partir das 10h em frente ao Carandiru para outra manifestação em defesa dos militantes do MST que estão presos.
O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, enviou uma carta de solidariedade aos presos do MST em São Paulo. Em retribuição, Diolinda e Barreto mandaram a Betinho uma bandeira do MST assinada por ambos.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, reuniu-se ontem com o secretário de Justiça do governo paulista, Belisário dos Santos Júnior, para tratar do problema fundiário no Pontal do Paranapanema.
Dirceu pediu urgência no encaminhamento das propostas do governo para assentar os sem-terra.
Os advogados do MST estão tentando convencer as lideranças do movimento a evitar declarações que possam ser consideradas ofensivas à Justiça. O objetivo é não prejudicar o pedido de habeas corpus para os presos.

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