São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Inquérito apura fraude de 'instituto de discurso'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados abriu inquérito para apurar possíveis irregularidades cometidas pelo Ipeac (Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessorias do Congresso).
O instituto é acusado de fraudar documentos e transcrever trechos de livros em discursos preparados para deputados. A primeira denúncia foi feita pelo deputado Augusto Carvalho (PPS-DF).
O Ipeac é uma sociedade civil, declarada de utilidade pública, constituída em 1967.
Presidido pelo ex-deputado Daso Coimbra, recebe cerca de R$ 16 mil mensais para elaborar discursos, estudos e requerimentos para parlamentares.
Fraudes
Carvalho identificou fraude em discurso preparado para o deputado Theodorico Ferraço.
O texto é cópia quase integral de um discurso do ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas publicado na revista "Carta Mensal", em maio.
Um discurso feito para o deputado Genésio Bernardino (PMDB-MG) foi retirado do livro "Introdução do Desenvolvimento Social", do sociólogo Hélio Jaguaribe. Bernardino formalizou notícia-crime junto à Mesa da Câmara.
Carvalho pediu à Mesa o cancelamento do contrato com o Ipeac, estimado em R$ 200 mil ao ano.
Os membros da Mesa decidiram suspender o contrato a partir de janeiro de 96. Mas o instituto antecipou-se e pediu o cancelamento na semana passada.
Segundo demonstrou Carvalho, o Ipeac colhia assinaturas de deputados para pedidos de discursos e incluía outros pedidos no documento. O faturamento do instituto depende do número de trabalhos realizados.

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