São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cai diretor da Anti-Sequestro do Rio
CLÁUDIA MATTOS
Ontem, o chefe da Polícia Civil, Hélio Luz, disse ao delegado que ele será transferido para a DPE (Delegacia de Polícia Especializada). Luz já nomeou Paulo Roberto Maiato, 45, para a direção da DAS. Até ontem, ele respondia pela 6ª Divisão Regional de Polícia Civil, que engloba nove delegacias da região serrana do Rio. O chefe da Polícia Civil atribui a saída de Neto da DAS às suas constantes críticas à PM. A exoneração acontece num momento em que a cidade vive o clima gerado por sequestros recentes. Oito pessoas permanecem sequestradas. Apenas no dia 25 de outubro, três pessoas foram sequestradas. Dois deles, os estudantes Carolina Dias Leite e Marcos Fernando Chiesa, foram libertados pelo RPMont (Regimento de Polícia Montada), um destacamento da Polícia Militar. O terceiro sequestrado, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho, 21, continua em poder dos sequestradores. Horas antes de Carolina Dias Leite ser libertada, no dia 26, Neto disse que os sequestros só ocorreram porque a PM não fazia um bom trabalho de policiamento ostensivo. No dia seguinte, Neto afirmou que o Cisp (Centro de Inteligência da Segurança Pública), um órgão da Secretaria da Segurança, estava privilegiando a PM, ao repassar as informações que chegavam pelo Disque-Denúncia. Nesse mesmo dia, Neto disse que a PM deveria ter avisado à DAS sobre a denúncia sobre o cativeiro de Carolina e deixado que sua divisão fizesse o resgate. Apesar de elogiar a atuação de Neto à frente da DAS, Luz afirmou que as críticas à PM o obrigaram a substituí-lo. "Ele falou demais. Não teve jeito", lamentou. Luz afirmou que Maiato tem o perfil ideal para lidar com os jovens delegados da DAS. "Ele saberá controlar bem os delegados jovens, que são competentes, mas falam muito", disse. Ação Cerca de 40 policiais da DAS cercaram na noite de ontem três conjuntos residenciais do bairro Benfica (zona norte) para encontrar o cativeiro de Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho. O delegado, Alexandre Neto, que permanece no cargo até a posse do novo diretor, comandou a operação. O cativeiro não foi encontrado. Texto Anterior: Empresas multadas vão sofrer punição Próximo Texto: Ação termina com 2 presos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |