São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Taxas chegam a 300% ao ano

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Consumidor que se arrisca a entrar num crediário ainda paga juros equivalentes à faixa entre 150% a 300% ao ano, dependendo do tipo do financiamento. A inflação brasileira projeta 19,50% ao ano.
Pesquisa do Procon-SP (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) em dez bancos que atuam em São Paulo constatou que outubro foi o quarto mês consecutivo de queda dos juros ao consumidor.
Mas nos empréstimos pessoais, por exemplo, quando o dinheiro não se destina à compra de um bem específico, a taxa média estava em 8,35% ao mês. Era de 8,66% em setembro e 9,28%, em agosto.
Taxa de 8,35% ao mês corresponde a 161,79% ao ano.
No crédito direto ao consumidor (operação ligada à compra de um bem), a taxa média baixou para 7,86% ao mês (147,93% ao ano) em outubro, contra 8,33% em setembro e 9,40% em agosto.
As taxas mais altas são as do cheque especial. Em outubro, a média ficou em 11,82% ao mês (282,15% ao ano). Em setembro era de 12,58% e, em agosto, de 13,30%.
Pesquisa da Folha feita ontem registra leve queda das taxas. Mas no cheque especial, num caso isolado, ainda é cobrado juro de até 15,95% ao mês, o que dá 490,54% ao ano.
A inflação brasileira está em torno de 20% ao ano e as aplicações financeiras rendem cerca de 35% líquidos (descontados os impostos) em 12 meses.
A diferença entre os juros obtidos pelos investidores e os cobrados dos consumidores é atribuída não apenas ao lucro e aos custos operacionais dos bancos, mas também ao efeito dos compulsórios (dinheiro depositado obrigatoriamente no Banco Central) e dos impostos.
Os juros ao consumidor embutem também taxas de risco, para compensar os calotes.

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