São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Criatividade não deve se confundir com apelação

SÉRGIO AUGUSTO
DA SUCURSAL DO RIO

Na capa da última edição de "Spy", Hillary Clinton aparece com a saia levantada, como a Marilyn Monroe de "O Pecado Mora ao Lado". Cobrindo as suas partes pudendas, uma cueca. A foto é, visivelmente, uma montagem, artifício muito comum em publicações humorísticas.
"Spy" é uma revista de humor editada em Nova York, useira e vezeira em gozar celebridades. A primeira-dama dos EUA não se importou com a brincadeira, justamente por se tratar de uma brincadeira.
O anúncio da Duloren são outros quinhentos. Nele tudo pertence à sra. Clinton, inclusive a calcinha. E, por mais que seu autor o julgue engraçado, ele não passa de uma peça publicitária, cujo objetivo final não é bem fazer rir, mas vender uma mercadoria.
Nem que tivesse o hábito de cobrir as suas partes pudendas com calcinhas Duloren a sra. Clinton poderia ter sido usada como garota-propaganda sem consulta prévia. Muita gente ficaria feliz se ela mandasse a fatura. Sobretudo os publicitários que não confundem imaginação com apelação e preferem circular na mídia internacional com um prêmio Clio na mão.

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