São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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CD une som pesado e humor

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Os Raimundos odeiam qualquer comparação com o mais novo queridinho dos adolescentes das grandes cidades, o grupo paulista Mamonas Assassinas.
Besteira. São farinha do mesmo saco. O mesmo moleque que compra o álbum de um tem na estante o disco de outro.
O que a garotada quer é essa transgressão infantilóide que mistura letras escatológicas e pornográficas com um humor rasteiro.
Há diferenças entre os dois grupos -pequenas, embora não sejam sutis. Os Mamonas apostam mais no humor e menos no peso das guitarras.
Os Raimundos preferem a pornografia emoldurada por arranjos hardcore.
E, o que a princípio pode soar como desimportante, esses são melhores músicos do que aqueles.
Nove das 12 letras de "Lavô Tá Novo" têm alguma palavra de baixo calão. É pouco para um grupo que profere palavrão em nove entre dez frases que falam em uma entrevista.
É uma pena. As letras estragam a consistência sonora da banda.
No instrumental, o grupo também mantém a fórmula do disco anterior: o som pesado com alguma influência nordestina.
A levada de "Eu Quero É Ver o Oco" é ótima. Bem como "Opa! Peraí, Caceta", com um sessão de metais bem costurada na pauleira do grupo.
Os Raimundos preferem, contudo, a via pornográfica e o humor rasteiro.
(LAR)

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