São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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'É o caminho para o emprego fixo'
PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
Folha - Qual a situação do trabalho temporário no país? Luiz Pimenta de Castro - Ele ainda sofre com a cultura nacional da estabilidade. No Brasil só é bom o que é vitalício. Muitas pessoas esquecem que o trabalho temporário é o caminho mais curto para o emprego fixo. Estatísticas mostram que 30% são contratados. Dados recentes contabilizam 2.000 empresas de trabalho temporário no país, que empregam cerca de 80 mil pessoas e geram, mensalmente, 315 mil novos postos de trabalho. O trabalhador temporário corresponde a 2% da população economicamente ativa no mundo. Nos EUA 90% das empresas trabalham com temporários. Folha - Quais as vantagens de contratar um temporário? Castro - A principal é que a empresa acaba com a ociosidade. Só contrata quando há pico de produção. Também deixa de arcar com os encargos sociais, que no Brasil atingem 100% da folha de pagamento, e com os custos da seleção e contratação. Folha - E para o trabalhador? Quais são as vantagens? Castro - O trabalhador pode dispor melhor o seu tempo, conciliando demandas do mercado com sua disponibilidade. Tem a flexibilidade de poder trabalhar por jornadas definidas de dias, semanas ou meses. Se quiser, pode ser absorvido no quadro fixo da empresa. E tem todos direitos trabalhistas. Folha - E as desvantagens? Castro - A única, na minha opinião, é não ter estabilidade. Texto Anterior: Empresas contrariam legislação em vigor Índice |
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