São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Walesa tenta reeleição na Polônia

DO "THE INDEPENDENT"

Presidente que liderou movimento democrático tem ex-líder comunista como principal adversário
Os 13 candidatos que concorrem às eleições presidenciais na Polônia terminaram as campanhas anteontem, mas a última pesquisa de opinião já determinava que vai ser uma disputa de dois homens.
Nenhum dos outros candidatos, que incluem o antigo dissidente Jacek Kuron e a diretora do banco central polonês, Hanna Gronkiwicz-Waltz, tem mais de 10% das intenções de voto.
Todos os candidatos serão eliminados na eleição de hoje, exceto os dois primeiros. O segundo turno está marcado para o dia 19 de novembro, e a campanha deve se tornar um grande enfrentamento entre Kwasniewski e seu antigo adversário, Lech Walesa.
A campanha eleitoral tem sido considerada limpa e bem-humorada, mas, nos últimos dias, começaram as acusações.
Na quinta-feira, a equipe de Kwasniewski acusou Walesa de usar os serviços secretos do país ilegalmente para sua campanha.
Walesa acusou o ex-líder comunista de se utilizar das contas de sua mulher para receber financiamento ilegal.
A eleição está sendo colocada como uma escolha entre os herdeiros do antigo regime comunista (Kwasniewski) e os do movimento Solidariedade, representado pelo seu fundador e ex-líder, Walesa.
O Solidariedade, surgido em 1980 a partir de um grupo de operários, foi um dos principais movimentos pela democratização na Polônia.
As principais questões que estão opondo os dois grupos nessa eleição são as reformas econômicas e o papel da poderosa Igreja Católica no país.
Walesa defende maior ligação com a igreja e acusa o partido do ex-comunista de barrar privatizações. O presidente polonês protesta contra as objeções da Rússia em a Polônia fazer parte da Otan (a aliança militar ocidental).
O ex-comunista Kwasnieswski defende maior ligação com a Rússia e menor com o Vaticano.
Seu partido é a força dominante na coalizão que dá sustentação ao governo de Walesa.
A imagem de Kwasniewski tem sido moldada por sua campanha como um novo John Kennedy.
Mas seu passado de ministro na última administração comunista pode tirar votos dele, apesar de ele se declarar um genuíno social-democrata.
Os cinco anos da administração de Walesa o afastaram dos seus ex-aliados do Solidariedade, entre eles o próprio Jacek Kuron.
Kuron já declarou que escolher entre Walesa e Kwasniewski é uma "péssima" alternativa e apelou aos eleitores para que não permitam que a escolha seja feita entre o "menor dos dois males". Ele tem 9% das intenções de voto.
Mas Walesa ainda é visto como o homem que pode impedir que o poder volte aos ex-comunistas. E deve tirar vantagem disso.
Seus votos são provenientes principalmente da rejeição aos ex-comunistas.

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