São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Isadora Ribeiro inaugura novo visual

FERNANDA DA ESCÓCIA

Atriz supera a depressão e corta os cabelos para interpretar a dançarina Odaísa em 'Explode Coração'
Isadora Ribeiro se cansou do cabelão, está sem namorado e diz que se sente solitária no Rio. Depois de superar uma crise de estresse, ela volta à cena no papel de Odaísa, em "Explode Coração".
Sua personagem é uma dançarina de salão bem-humorada, cujo único problema -quem diria- é o amor. Ela vive literalmente aos tapas e beijos com o partner Adílson Gaivota (Eri Johnson).
Contratada pelos ciganos como guardiã de Dara (Tereza Seiblitz), Odaísa não vigia a cigana como deveria e acaba demitida.
Para viver Odaísa, Isadora, 30, cortou os cabelos e aprendeu a dançar de tango à rumba. Só não se conforma com o amor turbulento da personagem. "A gente precisa de um amor tranquilo."
(Fernanda da Escóssia)

Folha - Por que cortou o cabelo?
Isadora Ribeiro - Estava cansada daquele visual. Esse corte veio de um conversa com Marília Carneiro, figurinista da Globo. É um corte legal, mais moderno. Dá uma idéia de quem é Odaísa -uma mulher independente.
Folha - Como é a personagem Odaísa?
Isadora Ribeiro - Ela é muito alegre e vai ser importante para Dara, porque não vai vigiá-la como os pais queriam. Só que vive esse romance tumultuado com Adílson. Eu torço por um amor mais tranquilo para ela, não adianta insistir no que não dá certo.
Folha - Isadora também está querendo um amor tranquilo?
Isadora Ribeiro - É, a gente precisa da sorte de um amor tranquilo, como diz Caetano. Estou sozinha, me dedicando totalmente ao trabalho. Agora, pretendentes, sempre existem.
Folha - O que aconteceu com você, naquele episódio com os policiais na praia?
Isadora Ribeiro - Não aconteceu nada. Eu estava andando descalça na praia e eles acharam que eu estava drogada. Estava estressada e sem conseguir dormir, por isso, fui andar às 6h. Eles insistiram em me levar para o hospital e eu insisti em fazer todos os exames, para mostrar que não estava drogada.
Folha - Como chegou a essa situação de estresse?
Isadora Ribeiro - Comecei a fazer coisas demais, aulas de canto, francês, inglês, computador, para diminuir as preocupações com minha mãe. Ela mora no Paraná e estava doente. Cheguei a um ponto que nem dormia mais.
Folha - Isso já passou?
Isadora Ribeiro - Já. Pedi uma semana de folga à Globo, fui ver minha mãe e agora voltei num ritmo mais lento, me dedicando só à novela, o que já é muito.
Folha - E o projeto de lançar um livro?
Isadora Ribeiro - Planejo um livro com o resultado dos meus estudos e reflexões sobre pintura, arte, música, um pouco de tudo que aprendi em minha preparação como atriz. Mas só passei os rascunhos para o computador. Agora, o projeto está parado por causa da novela.
Folha - Críticas ao seu trabalho a incomodam?
Isadora Ribeiro - Sempre há gente para criticar. Não sou perfeita. Mas dou audiência, isso eu sei. Se há papéis para mulheres bonitas, que eles sejam feitos por mim. Se não for eu, haverá outras. Sem citar ninguém, eu estudei e continuo estudando para ser atriz. Não sou como essas modelos que acham que chegam arrasando, são bonitas e pensam que isso basta.
Folha - Você se sente solitária no Rio?
Isadora Ribeiro - Às vezes, sim. Não tenho muitos amigos, mas tenho amigos fiéis. Acho que solidão é como andar de bicicleta: a gente cai, machuca, levanta e depois fica só o vento como lembrança.

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