São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995 |
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Graziano espera apoio do MST
LUIZ MALAVOLTA
Os acampados são, em sua maioria, famílias que invadiram terras nos últimos anos, acabaram sendo despejadas pela Justiça e agora reivindicam assentamento. Ele critica as "posturas radicais" como invasões de terras, defendidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Graziano falou à Agência Folha durante sua visita, no sábado, ao Pontal do Paranapanema. Agência Folha - Qual é a meta do governo federal? Francisco Graziano - Nossa meta é oferecer terras para 280 mil famílias em quatro anos de governo. Temos também que resolver o problema das famílias que estão acampadas em várias regiões. Agência Folha - Em quanto tempo o senhor pretende acertar o problema dos acampados? Graziano - Eu poderei dizer ao país em 30 dias que 80% das famílias que estão há anos esperando a sua chance terão a sua chance. Agência Folha - O Incra pretende ouvir o MST? Graziano - O Incra vai ouvir sempre o MST, assim como qualquer outra entidade preocupada com a questão da terra, esperamos o apoio. Todos são parceiros. Agência Folha - O senhor espera contar com o apoio do PT? Graziano - Eu não espero contar com o apoio incondicional de ninguém. Eu espero contar com o apoio daquelas pessoas que, sejam do PT ou de outros partidos, acreditam que o nosso governo vai realizar uma tarefa histórica. Agência Folha - O que o senhor acha da estratégia de invasão de terra? Graziano - Eu acho que qualquer processo que não seja democrático dificulta a reforma agrária. Eu prefiro o caminho do diálogo. Agência Folha - Como o senhor vê o papel de José Rainha Jr., líder do MST? Graziano - O Rainha é um dos líderes do MST. Vejo a posição dele com muito respeito, embora divirja da forma como ele pretende acelerar a reforma agrária. Agência Folha - O Incra pode ser um elemento intermediador na situação dos líderes do MST que tiveram suas prisões decretadas pela Justiça? Graziano - Esse assunto está totalmente entregue ao Poder Judiciário. Dentro do governo, o ministro da Justiça, Nelson Jobim, é quem está cuidando desse assunto. Texto Anterior: MST cobra assentamento de 3.500 famílias Próximo Texto: Abono acaba com greve de 9 dias na CEF Índice |
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