São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Emenda da reeleição deve ser apressada

Luís Eduardo assume a Presidência

CLÓVIS ROSSI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso está decidido a se manter pessoalmente afastado do debate sobre a sua reeleição, mas é ele quem determina o rumo das negociações no Congresso.
Foi o que revelou o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), após almoçar com o presidente.
"O timing é do Palácio", afirmou o deputado, empenhado em apressar a votação da emenda constitucional que autoriza a reeleição de presidente, governadores e prefeitos.
Ainda nesta semana Luís Eduardo vai instalar a comissão especial que analisará a emenda.
A intenção do governo é ver a mudança na Constituição discutida durante o período de convocação extraordinária do Congresso, no final do ano. A emenda seria aprovada até fevereiro de 1996.
A pressa do Planalto se deve a, pelo menos, dois motivos. O governo prevê que a emenda, se votada agora, contará com o apoio de prefeitos. O segundo motivo é tentar evitar a oposição de candidatos à sucessão de FHC.
Segundo Luís Eduardo, a reeleição não foi discutida durante o almoço no Palácio da Alvorada.
Hoje, como presidente interino da República -o vice Marco Maciel também está no exterior-, ele vai tratar do assunto com o ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Os dois são os principais articuladores do movimento reeleições-já.
Após o almoço com Luís Eduardo, FHC recebeu Motta, com quem foi para a abertura do primeiro encontro da Cultura Brasileira, no Teatro Nacional.
FHC chegou a Buenos Aires (Argentina), onde participa de encontro (leia texto à pág. 1-7), às 21h30 de ontem (22h30 em Brasília). Com certa irritação, negou que tivesse tratado do tema com Motta e Luís Eduardo.
A irritação transpareceu no escorregão verbal do presidente ao desembarcar na capital argentina. "Não é função dos meios de comunicação tratar de eleição", disse, em vez de "reeleição".
Antes, afirmara que jamais tocara no tema. "Esse assunto são vocês (os jornalistas) que põem no ar", disse.

Colaborou CLÓVIS ROSSI, enviado especial a Buenos Aires

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