São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Vereador prefere minileilões

DA REPORTAGEM LOCAL

O criador dos Cepacs, o ex-secretário do Planejamento e vereador Marcos Cintra (PL), acredita que a prefeitura está cometendo dois erros para lançar os títulos.
O primeiro seria prefixar em R$ 600,00 o preço do documento. O segundo engano, para o vereador, seria a exclusão dos pequenos leilões da estratégia de vendas.
"Como é um título inovador no mundo todo, os que acreditarem e quiserem comprar os Cepacs deveriam ter algum tipo de tratamento especial, um desconto que alavancasse as vendas. A prefixação afugenta", afirmou Cintra.
Cintra acha mais viável os pequenos leilões "de R$ 5 milhões ou R$ 10 milhões". "É muito difícil realizar um megaleilão para um produto novo. Enquanto não consegue viabilizar o megaleilão, poderia estar captando recursos com os minileilões", disse.
O secretário Roberto Paulo Richter rebate a argumentação contra a prefixação afirmando que, "se a prefeitura não estabelecesse um valor mínimo, os próprios investidores iriam se reunir e forçar a queda do preço".
Quanto aos pequenos leilões, Richter é pragmático: "Não há necessidade de fazer leilões de R$ 5 milhões ou R$ 10 milhões". A lei que criou o Cepac para a Faria Lima permite à prefeitura retardar o lançamento dos títulos indefinidamente por prazos determinados.
O arquiteto Júlio Neves, idealizador do traçado da nova Faria Lima, defende uma "solução mulata" para a negociação dos Cepacs. Na opinião de Neves, a prefeitura deveria desenvolver uma estratégia de vendas por pacotes: 50% negociados com os fundos de pensão e a outra metade com o que ele chama de "investidores particulares".
"Será que os investidores particulares nunca vão fazer nada? Os fundos de pensão vão acabar virando donos do Brasil", reagiu Neves ao ser informado do megaleilão que a prefeitura articula.

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