São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995 |
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Empresários de MG trocam esmolas por 'vale-refeição'
PAULO PEIXOTO
Quatro tíquetes darão direito a um prato de comida em 30 bares e restaurantes, principalmente os que estão localizados na periferia da cidade. Os estabeleciments deverão ser previamente credenciados pela PM (Polícia Militar). Idealizado pela empresária Luziana Lana, da Associação Comercial de Belo Horizonte, o projeto “Quentinha” começa a vigorar na segunda quinzena deste mês. Pelo projeto, a Associação Comercial vai vender os tíquetes para os lojistas por R$ 0,25, que poderão ser comprados pelas pessoas pelo mesmo valor. O comerciante que fornecer a comida irá receber o valor equivalente ao impresso nos tíquetes. Lana disse que a participação no projeto é voluntária. “Ninguém vai ganhar nem um centavo sequer”, afirma a empresária. “A credibilidade do projeto está no fato de todos serem voluntários. O lucro é zero e não participa nenhum político.” Para Lana, o sucesso do programa depende da participação da população da cidade. “Não se trata da adesão da população simplesmente. É preciso educar o cidadão para que ele tome uma atitude”, diz. A empresária disse que vê no aumento crescente de mendigos na capital mineira a “exploração de crianças”. Segundo ela, as esmolas que são dadas aos mendigos “nem sempre” são usadas para comprar comida. “Com as moedinhas, se compra drogas e álcool.” Segundo os organizadores do projeto, a alimentação será balanceada. Uma equipe de nutricionistas elaborou cinco cardápios -dois serão escolhidos. A comida será a mesma em todos os bares e restaurantes credenciados. A PM, que coordena a parte operacional do programa, vai acompanhar a distribuição da comida nos locais, que terão horários estabelecidos. Em cada bar e restaurante, haverá pelo menos um policial fiscalizando. Lana disse que a agência SMP&B está preparando uma campanha para divulgar o projeto “Quentinha”. As peças publicitárias que serão exibidas na mídia estão sendo produzidas gratuitamente pelo Sistema Salesiano de Vídeo. Emissoras de rádio e TV de Belo Horizonte também vão participar do projeto, divulgando as peças sem cobrar pelo serviço. Texto Anterior: Detentas não têm direito a visita íntima Próximo Texto: Secretário vê solidariedade Índice |
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