São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ocupando os espaços disponíveis

MARCELO CHERTO

Semana passada, esta coluna falou da combinação de franquias, a união de duas ou mais franquias (geralmente conceitos de fast-food) sob um mesmo teto. Algo que se vê cada vez mais nos Estados Unidos e que, de uma forma um tanto tímida, já está pintando por aqui. Como, por exemplo, nos locais onde Arby's e Blockbuster dividem um mesmo terreno. Ou em alguns postos de combustível, onde, por exemplo, uma loja Multicoisas convive, lado a lado, com uma loja de conveniência Select.
A coisa faz sentido. Em primeiro lugar, pela otimização da rentabilidade do imóvel onde as franquias funcionam. Afinal, seja no Brasil, seja em outros lugares, o custo de locação de um ponto bem situado é um bocado alto. Mas não é só isso. Dependendo da forma como a coisa é montada, o franqueado pode manter apenas um gerente para os dois negócios, uma única área de estocagem e manipulação, uma única câmara frigorífica, um ou dois PDVs em lugar de quatro e assim por diante. Tudo isso reduz o custo de instalação e as despesas operacionais do negócio. A união de marcas também permite oferecer aos consumidores algo de que são ávidos: conveniência. O que nos leva a comentar a opção de algumas redes americanas de fast-food de instalarem unidades suas dentro ou ao lado de lojas de conveniência, lojas de departamento e estabelecimentos assemelhados.
Neste momento, várias empresas do ramo estão operando unidades próprias e franquias em diversas lojas de conveniência espalhadas por todo o território norte-americano.
Afinal, num país onde muitos mercados já estão próximos da saturação e bons pontos não são fáceis de se achar, unir esforços com as mais de 90 mil lojas de conveniência faz todo o sentido do mundo.
E não são as marcas desconhecidas que estão partindo para isso. Muito ao contrário. Até porque as cadeias de lojas de conveniência também estão interessadas em ter parceiros fortes e não querem qualquer zé mané instalando uma biboquinha debaixo de seus tetos. Só para se ter uma idéia da magnitude da coisa, estas são algumas das marcas que já podem ser encontradas nas lojas de conveniência gringas: McDonald's, Burger King, Subway e Taco Bell. E outras deverão seguir o mesmo caminho. Um caminho lógico, diga-se de passagem, quando se leva em consideração o quanto deram certo as parcerias do McDonald's com lojas como Sears e Wal-Mart. Parcerias que, a meu ver, logo devem pintar por aqui.

Texto Anterior: Ciclo sobre marketing discute comercial de TV
Próximo Texto: A revolução rural de Patrocínio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.