São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Suspeito também queria matar chanceler

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O judeu radical Yigal Amir, 25, que confessou o assassinato do premiê Yitzhak Rabin, disse que tentou antes matar o chanceler Shimon Peres, mas desistiu porque não poderia atingi-lo, segundo a polícia.
O estudante de direito da Universidade Bar-Ilan foi preso anteontem à noite em com uma arma automática em Tel Aviv, logo depois que Rabin foi atingido.
Uma das balas atingiu o bolso do premiê, rasgando o papel em que estava a letra da música "Canção pela Paz", cantada durante a manifestação.
Shimon Peres, que assumiu o governo interinamente, foi o principal negociador junto aos palestinos durante o processo de paz.
Segundo a polícia, Amir já tinha planejado matar o premiê duas vezes. Amigos disseram que Amir faz parte do grupo ultradireitista Eyal (Organização Judaica Combatente) e que ele usou um revólver da empresa de segurança em que trabalha.
Avishai Raviv, líder do grupo e também estudante, negou que Amir fizesse parte do Eyal. Yigal Amir disse que agiu sozinho e que matou Rabin a pedido de Deus.
Segundo testemunhas, ele já tinha sido preso em julho, durante confronto entre policiais e colonos israelenses na Cisjordânia.
Os policiais tentavam tirar os judeus da região, preparando-a para a autonomia palestina.
Segundo a descrição de um colega de universidade, Amir é calmo, talentoso e inteligente.
O governo de Israel afirmou que um juiz deve ir amanhã para a prisão onde está Amir para ouvi-lo.
O estudante havia sido entrevistado em junho pelo jornal americano "The Washington Post". Na ocasião, ele tinha dito que os colonos judeus deveriam sempre controlar a Cisjordânia.

Texto Anterior: Governo de Israel reafirma compromisso com a paz; Rabin será enterrado hoje
Próximo Texto: Segurança é questionada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.