São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Marco Maciel representa o Brasil na cerimônia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente Marco Maciel, que estava ontem nos Estados Unidos, embarcou na noite de ontem para Israel e vai representar o Brasil no enterro do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin.
Ele participou em Nova York de uma reunião com o secretário-geral da ONU, o egípcio Boutros Boutros-Ghali, e o presidente do Citicorp, William Rhodes.
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que Rabin foi "um mártir da paz" por ter lutado e morrido pela pacificação de judeus e palestinos.
"Era um homem totalmente devotado à reconstrução da convivência entre os grupos que se digladiam no Oriente Médio e, por isso, morreu. Ele morreu simbolicamente no dia em que fazia um comício pela paz."
"Esse assassinato mostra que enquanto não houver realmente uma convivência entre as facções que pensam diferentemente, se o fundamentalismo prevalecer, não haverá possibilidade nem de paz nem de democracia", afirmou.
O presidente disse acreditar que "ao contrário de se imaginar que isso vai prejudicar o processo de paz, (o assassinato) vai aumentar a convicção de que é preciso manter a paz".
FHC participou ontem em Brasília da abertura do Primeiro Encontro de Cultura Brasileira. Os participantes fizeram um minuto de silêncio em protesto contra o assassinato.
Rabin e FHC se encontraram na semana retrasada em Nova York, nas comemorações dos 50 anos da ONU (Organização das Nações Unidas). Na ocasião, Rabin convidou FHC para visitar Israel.
O presidente falou sobre Rabin na Base Aérea de Brasília, antes de embarcar para Buenos Aires, onde participa do encontro de países em desenvolvimento das Américas e da África.
FHC também enviou mensagens à viúva Leah Rabin, ao presidente de Israel, Ezer Weizman, e ao premiê interino, Shimon Peres.

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