São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Kahane liderou extremistas

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O rabino Meir Kahane (1932-1990), assassinado por um muçulmano de nacionalidade americana, foi a mais importante liderança do movimento extremista que se propunha a evitar qualquer forma de convivência pacífica com os árabes de Israel.
Ele nasceu em Nova York e se chamava originariamente Martin David Kahane. Criou naquela cidade, em 1968, uma milícia judaica para reagir às agressões dos negros e porto-riquenhos.
Emigrou em 1971 para Israel, onde os jornais o qualificam de "racista maluco". Elegeu-se deputado, em 1984, pelo Kach, partido que criou e que quatro anos depois seria impedido de disputar novas eleições, por decisão da Justiça israelense.
Kahane era um homem de hábitos extremamente simples, o que fascinava seus seguidores. Não possuía seu próprio automóvel e, vestido de preto, se locomovia de ônibus por Jerusalém.
Em entrevista à Folha, em 1984, com olhos brilhantes e místicos, afirmou de que Deus reservara aos judeus da Palestina a missão de darem ao mundo uma lição de moralidade e integridade espiritual. Os árabes atrapalhavam essa tarefa. "Não quero matá-los. Quero apenas que eles vivam em outro lugar", dizia.
(JBN)

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