São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Caso La Fura; Yitzhak Rabin; Juízes classistas; Ombudsman; Planeta Terra; Ora, o futebol

Caso La Fura
"Em 7 de julho fui assunto da reportagem 'Diretor do La Fura acusa falso integrante', com o subtítulo 'Pedro Quesada realizou workshops em SP, identificando-se como diretor do grupo catalão'. A jornalista procura fundamentar sua caluniosa parcialidade afirmando que 'me encontro escondido' em São Paulo. Desse modo pode justificar que o 'outro lado' -eu, no caso- não tenha sido escutado, nem procurado em nenhum dos telefones onde me encontro -o da minha casa e o da produtora do L'Anonima Trupe. O próprio Francisco Javier, do Fura, encontrou-me em todos os meus telefones para, na condição de velho amigo, sair comigo na noite paulistana. O que ficou claro desde o início desse processo é que me propunha a trabalhar elementos do Fura deus Baus, grupo que computo como genial em sua originalidade, mas nem por isso proprietário exclusivo de sua concepção teatral. O período em que estive com o Fura, incorporado à minha história pessoal, e essa proximidade é uma proximidade com todos esses elementos. Sinto-me no direito de utilizar esses métodos, ainda que em uma proposta original e originada em minhas próprias concepções. Francisco Javier diz: 'É ultrajante como Quesada difundiu tão facilmente os conceitos do Fura, que é extremamente meticuloso na concepção e na realização de seus espetáculos'. Por que não poderiam ser divulgados? Exatamente porque procuro uma trajetória original, não tenho o compromisso de reproduzir 'ipsis literis' os conceitos do Fura. Javier tem que escolher se me ataca por copiar o Fura ou por não copiar o Fura. Javier prossegue no seu ataque na linha fofoca: 'No workshop, Quesada defendeu a agressividade gratuita como característica do Fura'. Javier fala isso, não eu. Nunca fiz essa defesa esdrúxula. Nunca ninguém ouviu de mim esse absurdo. O espetáculo 'Sequências' teve grande repercussão de público no período em que foi apresentado. O público em nenhum momento acreditava estar indo assistir a um espetáculo do Fura deus Baus. Javier subestima o jornalismo brasileiro ao debitar às supostas afirmações de que fiz parte do Fura o espaço que acabei obtendo na mídia. O que não pode deixar de ser comentado são as motivações profundas do Fura para a realização dessa entrevista. Com contratos firmados para apresentação em novembro, no Brasil, e sem conseguir obter na Europa a mesma grande repercussão de espetáculos passados, o Fura e a produtora Cartel, sua representante no Brasil, sentiram-se ameaçados com a grande aceitação de nosso espetáculo. Até porque eu pessoalmente informei ao Fura do workshop que realizaria e do trabalho coletivo que resultaria no Sequências. Assim como de que as técnicas do Fura estariam entre os objetos de nossa pesquisa e produção."
Pedro Quesada (São Paulo, SP)

Yitzhak Rabin
"No sábado, Rabin nos deixou. Yitzhak Rabin que juntamente com Gandhi, Kennedy, Lincoln, Tancredo, Tiradentes, João Paulo 1º, e tantos outros, tentaram e lutaram pela paz. Aliás, Rabin vinha de um encontro com Arafat e outros líderes em busca da paz".
Luiz Edgard Bueno (Londrina, PR)

"Mesmo em uma hora de profunda tristeza, parabenizo a Folha pela agilidade e serviço ao leitor mostrados na reportagem do assassinato do primeiro-ministro de Israel. A notícia, que foi veiculada nas televisões às 19h20 de sábado -esteve na Folha nas bancas de Ubatuba às 8h de ontem. É desempenho desse tipo que manterá vivo o jornalismo impresso."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

Juízes classistas
"Na edição de 25/6, Janio de Freitas escreve em sua coluna o artigo 'Exemplo de austeridade', com algumas verdade, mas, com muitas outras inverdades. 1) Os juízes classistas não existem só nas Juntas de Conciliação, mas também nos tribunais regionais e Tribunal Superior do Trabalho. 2) Os juízes classistas lotados nas juntas não recebem remuneração igual a dos juízes togados. Ganham só por sessão que participam do julgamento, no máximo 20 por mês. Podem até nada receber. Em média recebem de dez a 18 sessões por mês, raramente 20. 3) Tempo de aposentadoria -outra inverdade-, o juiz classista, como qualquer outro cidadão, para se aposentar deve ter, além dos cinco anos de efetiva atividade e contribuição para a previdência federal, 30 ou mais anos de contribuição para a Previdência Social (lei 6.903/81, art. 2. O juiz temporário será aposentado -voluntariamente, após 30 anos de serviço, computado o tempo de atividade remunerada abrangida pela Previdência Social Urbana... -art. 3 - Os proventos serão: 1) - integrais, quando o juiz temporário: a) contar, 35 anos de serviço. Para o juiz de 'verdade', o togado, a regra é a mesma. Se ele, ao passar no concurso para o cargo de juiz e, já contar com 30 anos ou mais de contribuição, para qualquer instituição de Previdência oficial, se aposenta após completar 35 anos de serviço (os 30 mais os cinco na nova função). Qualquer outro trabalhador, funcionário público, municipal, estadual ou federal é a mesma coisa. Não é privilégio do classista. 4) Aposentadoria do suplente - se o competente jornalista se detivesse na leitura completa do parecer da advocacia geral da União, viria que não é verdade sua afirmativa. O suplente poderá adquirir o direito à aposentadoria, mas para tal, deverá ter exercido a atividade, logicamente no lugar do titular, pelo período de cinco anos, contribuindo para a Previdência oficial, e contar com 30 ou mais anos de contribuição previdenciária."
Deolindo José Pereira (Itajai, SC)

Ombudsman
"Quero cumprimentar o ombudsman pelo seu artigo 'Faltou tudo' (8/10). Pela primeira vez, este é totalmente destinado a criticar a atitude da Folha que 'foi envolvida esta semana numa dessas manobras sórdidas, dirigida contra Enilson Simões de Moura, conhecido no meio sindical como 'Alemão'. Nem sempre o artigo de autoria do prezado ombudsman faz crítica a determinadas atitudes da Folha, preferindo adotar um estilo mais de natureza editorial do que de crítica -naturalmente de natureza construtiva- a este jornal. O artigo acima mencionado, porém, constitui o modelo que deveria ser adotado sempre que, aos domingos, expressa seu pensamento em relação ao que vem escrito na Folha."
Diogo Pupo Nogueira (São Paulo, SP)

Planeta Terra
'Essa nossa 'nave', o planeta Terra, é tripulada por predadores e desastrados que não percebem sua agonia. Que, cegos por lucros imediatos, falsa sabedoria e arrogância não percebem nas enchentes e abalos sísmicos crescentes sinais de que algo está acontecendo de errado e que o planeta como ser vivo que é, algo fará para se 'limpar' e recuperar o seu equilíbrio. Se ser Primeiro Mundo é explodir as entranhas da mãe Terra e degradar o meio ambiente para provar o poder do homem, continuemos Terceiro Mundo."
Marco Aurélio Ferreira de Souza (Rio de Janeiro, RJ)

Ora, o futebol
"Centro de treinamento moderno, excelentes campos de treino, salários altos e pagos em dia, torcedores e dirigentes tolerantes, Telê Santana. Nada disso livra o São Paulo F.C. não só de um brasileirão ridículo, mas de um ano vergonhoso. Ok, o Morumbi deve ser reconstruído. Pois então aproveitemos melhor o dinheiro gasto. Chega a ser revoltante ver um time como o São Paulo contratando jogadores como aquele Cláudio (cadê ele?), o Amarildo (piada), esse Pedro Luiz (quem?), trazendo de volta o Aílton e mantendo a dupla Sierra-Palhinha -que juntos recebem US$ 40 mil e nem no banco de reservas costumam vegetar."
Tiago Ribeiro (Jundiaí, SP)

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