São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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"Números de impacto" seduzem argentinos

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O presidente Fernando Henrique Cardoso pôs água na boca de um grupo de 13 empresários argentinos com os quais se reuniu ontem pela manhã, ao mencionar "número de impacto" sobre as necessidades brasileiras nas áreas de privatização e concessões de serviços públicos.
O "impacto" sentido pelos empresários foi relatado aos jornalistas brasileiros por Raul Benassar, vice-presidente executivo da Techint, grande empresa de consultoria na área de energia.
Os números que impressionaram os empresários, responsáveis por empresas que faturam cerca de US$ 22 bilhões: o Brasil precisa de investimentos de US$ 30 bilhões nos próximos cinco anos só na área de telecomunicações e de US$ 6 bilhões ao ano na área energética.
Para empresários que trabalham em uma economia com cerca da metade do tamanho da brasileira, o impacto tinha mesmo que ser grande.
Se vão ou não investir no Brasil, é uma questão para mais adiante, já que a conversa de ontem foi apenas "um primeiro contato", na descrição de Benassar.
Mas há interesse, até porque a Argentina está em um período recessivo que tende a estender-se pelo menos até o final do ano.
Além disso, como diz Benassar, "ninguém pode conduzir uma empresa olhando para um país só. Tem que olhar para o mundo e, no nosso caso, para o nosso pequeno mundo que é o Mercosul".
Como o capital é escasso na Argentina, um desvio para investimentos no Brasil obviamente não vai agradar o governo argentino.
Pelas dúvidas, FHC fez questão ontem de lembrar que "o número de brasileiros que investem na Argentina é crescente. Isso é que é importante e é novo".

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