São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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A lição de Palmeirinha

O senador Teotônio Vilela, já morto, costumava contar a história sempre que já tinha um acordo firmado e alguém tentava convencê-lo a mudar de idéia.
Nos anos 60, fez fama no interior de Alagoas um cabo eleitoral, correligionário de Teotônio, conhecido por Palmeirinha.
Era época de São João e o forró corria solto na praça de uma das cidades alagoanas onde ele cabalava votos.
Enquanto dançava, Palmeirinha vislumbrou dinheiro caído no chão. Mais do que depressa, tratou de pisar em cima e não tirou mais o pé. Saracoteava para cá e para lá, mas sempre com a nota sob a sola do sapato.
Às tantas, a música parou e ouviu-se uma voz:
- Perdi uma nota alta. Dou metade para quem devolvê-la!
Palmeirinha pensou: "Se já tenho tudo, por que vou dar a metade?". E gritou:
- Toca sanfoneiro!
Ao terminar de contar a história, Teotônio costumava emendar:
- Essa o Palmeirinha não compra.

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