São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Sem-terra presos repudiam ação de policiais em depoimento a juiz

DA REPORTAGEM LOCAL

Os líderes dos sem-terra no Pontal do Paranapanema Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto repudiaram ontem, em depoimento à Justiça, a atuação das polícias Militar e Civil durante suas prisões.
Ambos afirmaram ao juiz Luiz Augusto de Siqueira, do setor de Cartas Precatórias Criminais, que, mesmo morando em endereços conhecidos e não oferecendo resistência, foram tratados como foragidos da Justiça e algemados.
Diolinda e Barreto foram presos no último dia 30 sob acusação de formação de quadrilha, articulação de ocupações de fazendas, roubo de gado e uso ilegal de armas.
Diante do juiz, ambos negaram todas as acusações.
Para contestar a acusação de formação de quadrilha, Diolinda disse que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é reconhecido internacionalmente e manteve contatos oficiais com diversas autoridades "constituídas".
Entre essas autoridades, foram citados o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Mário Covas, e o presidente do Incra, Francisco Graziano.
Os dois afirmaram ainda que os integrantes do MST não usam armas de fogo durante ocupações de terra e voltaram a negar que o movimento tenha roubado gado dos fazendeiros da região.
Na opinião do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que defende Diolinda e Barreto, os depoimentos derrubam a tese da acusação, o que pode facilitar a libertação de seus clientes, presos no Carandiru.

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