São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Projeto de apoio ao emigrante sai incompleto

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou ontem o programa de apoio aos emigrantes sem conseguir concluir os projetos de poupança e aposentadoria para brasileiros que moram no exterior.
A única medida concreta anunciada ontem foi o início da transmissão, em ondas curtas, de uma programação educativa de geografia, história e língua portuguesa através do rádio para todo o mundo. O programa foi cedido pela Fundação Roberto Marinho -que o divulga nas rádios brasileiras- e vai ao ar a partir do dia 1º de dezembro.
As demais medidas ainda dependem de vários acertos. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência quer transmitir programas educativos, culturais e até futebol por TV a cabo nos Estados Unidos e Japão. Mas não concluiu nenhum acordo.
A Caixa Econômica Federal, que deve criar uma poupança para captar recursos de brasileiros no exterior para a aquisição de casa própria ou abertura de comércio, ainda não sabe como e através de que bancos operá-las. A CEF não tem agências fora do país. A proposta ficou para janeiro.
Também para o ano que vem ficou adiada a proposta de que brasileiros que moram no exterior -legal ou ilegalmente- possam contribuir com a Previdência brasileira e assim se aposentar no país.
O ministério ainda não concluiu de que forma eles farão os pagamentos. Sabe-se apenas que eles contribuirão como autônomos.
FHC disse que decidiu adotar medidas de apoio ao emigrante porque, como morou no exterior (em auto-exílio, entre 64 e 68), sabe "como é ruim o caviar do exílio" -ou seja, "que a sensação de abandono por parte do seu país é a pior que existe".
Segundo o Ministério de Relações Exteriores, cerca de 1,5 milhão de brasileiros estão fora do país trabalhando, atualmente. Outros 1,5 milhão circulam no mundo como turistas, por ano.

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