São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Gerente é achada morta dentro do banco

BETINA BERNARDES; LUCIANA CANTÃO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL*

A gerente administrativa do Banco Real em Alphaville (Barueri, Grande SP), Rosemeire Aparecida Ribeiro, 31, foi encontrada morta ontem, por volta das 8h, na agência. O principal suspeito é Márcio Roberto Oliveira Silva, 23, também funcionário do banco.
O corpo de Rosemeire estava no subsolo da agência, perto de uma escada, seminu, com a blusa levantada, sem a saia nem roupas íntimas. Havia sangue no local. Rosemeire tinha também um ferimento na cabeça.
A polícia informou que dados preliminares do Instituto Médico Legal apontam que a vítima morreu por asfixia e que há sinais de estupro no corpo.
A gerente teria ficado trabalhando até as 22h junto com Márcio Ferreira da Silva, procurador do Banco Real.
Segundo Ferreira, Márcio Roberto ligou para o banco às 21h30 e disse que precisava conversar com Rosemeire.
Meia hora depois, ele teria chegado ao banco. Rosemeire teria pedido que Ferreira fosse embora. "Ela disse que, se eu ficasse lá, ele não falaria", disse Ferreira.
A polícia encontrou um guarda-chuva que pertenceria a Márcio Roberto próximo ao corpo. O guarda-chuva estaria com o cabo retorcido. O delegado Machado Júnior suspeita que o objeto tenha sido usado para agredir a vítima.
Havia também, de acordo com o delegado, marcas de pisadas de tênis no sangue junto ao corpo.
A polícia apreendeu, na casa de Márcio Roberto, uma caixa de tênis que o funcionário teria comprado.
O calçado não foi encontrado, mas as pisadas ao lado do corpo correspondem, diz o delegado, às da marca do tênis comprado por Márcio Roberto.
Márcio Roberto está desaparecido. Ele estava de férias e deveria retornar ao trabalho ontem.
Mauro Silva, 40, cunhado de Márcio Roberto, diz que ele saiu de casa de carro anteontem à noite para jogar futebol e não voltou.
O diretor administrativo do Real, Antonio Carlos Bueno, 49, disse que o banco está acompanhando de perto o caso e que vai ajudar a família. "Estamos chocados e sentidos pois ela era uma pessoa muito querida. Vamos pagar as despesas do funeral e ajudar no que for possível", afirmou.
Bueno não soube dizer porque a gerente ficou no banco até tarde. "Ela fechava a agência, mas o horário máximo de saída é às 18h. Verificamos o movimento da agência de anteontem e não havia problemas. Estamos investigando junto com a polícia porque ela ficou até tão tarde."

Colaborou LUCIANA CANTÃO GOMES, da FT

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