São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Capitão do Gate diz que a operação foi um sucesso

DA REPORTAGEM LOCAL

O capitão do Gate que comandou a invasão, Wagner César Teixeira Pinto, 36, considerou a operação "um sucesso." "Conseguimos retirar de lá os reféns que ainda estavam vivos no momento da invasão", disse.
Segundo ele, a invasão aconteceu depois que um dos reféns foi morto pelos assaltantes. "Agimos para impedir uma carnificina. Se deixássemos, eles poderiam matar os outros reféns", disse.
Pinto diz ter certeza de que os dois reféns mortos foram atingidos por balas dos assaltantes. "Eles levaram tiros na cabeça, à queima-roupa. Na hora da invasão eles já estavam baleados", disse.
Segundo ele, no momento da invasão as negociações estavam paralisadas. "Eles não estavam cedendo, então decidimos só retomar as conversações pela manhã, para vencê-los pelo cansaço", afirmou.
O capitão afirma que a invasão ocorreu menos de um minuto depois do primeiro tiro. "Simulamos a invasão várias vezes antes num local próximo, para garantir o sucesso da operação", disse.
Secretário
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, José Afonso da Silva, afirmou ontem que a ação do Gate, de certa forma, foi positiva. "Se partimos da idéia de que houve um tiro e um refém foi morto, a ação do Gate foi positiva, porque salvou vidas", disse.
No entanto, para ele, "não há fatos positivos quando há pessoas mortas".
Segundo o secretário, não houve uma ordem específica para a invasão do barraco onde estavam os reféns. A orientação, de acordo com ele, é de invadir o cativeiro sempre que os reféns começam a ser mortos. "As informações que temos é de que houve um tiro dos assaltantes primeiro. Nesse caso, tinha que invadir."

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